Perguntas e respostas com a psicóloga Caroline Neves Garib Carollo

Redação Bem Paraná

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CAROLINE NEVES GARIB CAROLLO

Contato – carollngc@me.com

 

 – Percebo que minha filha está demonstrando sinais de hiperatividade. Como podemos trabalhar essa questão?

 Primeiramente levar até um profissional especializado para realizar o diagnóstico clínico da criança. Por que muitas vezes podemos confundir a hiperatividade com crises de enfrentamento, depressão, ansiedade, ou qualquer outra crise emocional.

Os principais sintomas que você pode observar par auxiliar no diagnóstico são:

Crianças com hiperatividade precisam falar sobre seus sentimentos, aprender a lidar com as crises de raiva e explosões. A frustração de não ser compreendida é muito grande. Precisa ser realizado um trabalho de inteligência emocional e autocontrole, em conjunto com a escola e os pais.

 

– O meu filho está com dois anos e tem mania de morder as pessoas. Qual a melhor maneira de mostrar que esta agindo de forma errada?

Você deve sentar e conversar com o seu filho, explicar para ele que isso não pode acontecer, que machuca o amiguinho e é muito errado. Você precisa saber como aconteceu? Para analisar o porque o seu filho achou que morder poderia ser a melhor saída. Muitas crianças mordem porque não estão conseguindo expressar os seus sentimentos, podem estar passando por crises emocionais, como: ciúmes, frustração, tristeza, ansiedade e outras.

A fase que a criança inicia a socialização, que é quando ela começa a ter contato com outras crianças. Um mundo cheio de novas emoções e experiências. Ela precisa desenvolver habilidades sociais e interativas com os outros, que muitas vezes estão passando pelo mesmo processo. É muito importante a forma com que falamos e agimos perante uma crise de raiva, que pode não ser apenas pela mordida, mas também agressões físicas, como empurrões e tomar os brinquedos dos colegas. Esses comportamentos podem estar mascarando sentimentos que a criança não está conseguindo resolver. Um comportamento desse é um pedido de ajuda! Precisamos parar e conversar com ela, tentar saber qual é o sentimento por trás daquilo tudo. Explicar que através de palavras ela pode pedir ajuda e falar o que não está a agradando. Verbalizar o sentimento antes de tomar a atitude de agredir sempre é o melhor caminho.

A criança não é capaz de controlar os seus sentimentos, ela precisa de bons exemplos e muita conversa. Falar que entende que alguma coisa esta a desagradando e que você quer ajuda-la. Agir com agressão e punição é um reforço muito negativo, piorando ainda mais o quadro de instabilidade emocional dos nossos pequenos.

 

 

– Como devo agir durante um ataque de fúria de meu filho quando eu digo não em público?

Você precisa mostrar que não aprova aquilo. Tentar conter a criança se necessário e tirar ela de cena. “Circo sem plateia, não tem espetáculo”.

Leve ela até um local que não tenha muitas pessoas e converse com ela. Ela vai insistir, respire fundo e não perca a paciência. É necessário que a criança entenda que não vai conseguir o que ela quer com esse comportamento. Nossos pequenos são grandes mestres da manipulação emocional dos pais. Usam dessa incrível habilidade para conseguir tudo o que querem, porque sentem que os pais ficam frágeis perante os outros e fazem tudo que elas querem para restabelecer a situação de mal-estar. As vezes o caminho mais fácil trará maiores problemas futuros. Fazer o que a criança esta pedindo é um reforço muito negativo, porque você estará reforçando o comportamento de birra. Ela apreende que sempre que fizer birra vai ganhar o que quer, fortalecendo esse mal comportamento.

Criança precisa de limites para apreender o autocontrole. É necessário a compreensão das consequências que irá sofrer se não obedecer, não respeitar os limites. Os pais precisam esclarecer junto aos seus filhos quais são esses limites, o que é certo o que é errado.