Ser mãe é mudar de planos

Redação Bem Paraná

A mala estava pronta. Toalha, shampoo, sabonete. Estávamos, os dois, já matriculados. Comprei maiô, toca, fralda especial para a piscina. Consegui um atestado médico e fazer uma depilação (só quem é mãe sabe o quanto é difícil encaixar esses luxos na agenda). O plano era levar o B na natação. Pela primeira vez depois de uma enrolação de meses.

Bem, os planos mudaram. No dia anterior fui pegar ele na escolinha. Já na entrada cruzei com uma das professoras. “Mãe, ele está com febre”. 39 graus. Do berçário fomos direto para casa e ligamos para o médico. Dá remédio, tira a roupinha, dá banho. A febre cedeu rápido, mas a virose estava só começando o estrago.

Eu devia ter aprendido quando o B tinha um mês. Ou lá pelos três meses, cinco, seis. Mas às vezes esqueço e uma coisa dessas acontece para me lembrar: mãe tem que saber mudar de planos. O tempo todo.

É por isso que, quando alguém me convida para alguma coisa eu digo: vamos ver. Não é má vontade. Com um bebê é assim mesmo. Não dá para fazer planos com muita antecedência. E tem que estar preparado para mudar a rota.

Às vezes a gente pensa: não vai dar, o bebê está cansado, mal-humorado. Mas daí você insiste e dá tudo certo. Outras vezes o céu é de brigadeiro. O bebê está feliz, bem alimentado, satisfeito. Mas daí ele se irrita com alguma coisa e pronto: choro, ranger de dentes, mãe estressada.

Nesses dez meses de Bernardo ele já mudou muito. Cresceu, engordou. Mudou de padrão de sono pelo menos cinco vezes. Mamou no peito, na mamadeira. Começou a comer frutas e papinha salgada. Aprendeu a sentar, rolar, engatinhar e ficar em pé. Aprendeu a falar sílabas. Não dá para achar que vamos entrar numa rotina rígida, muito embora rotina seja uma coisa boa para bebês.

Então se você está perto de parir, vá se preparando para uma vida cheia de novidades. É cansativo e às vezes dá saudade do tempo em que as coisas eram previsíveis. Mas tenha certeza que, mesmo assim viver na incerteza é uma delícia.