ponto de vista

O assassinato de Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, às vésperas da campanha presidencial de 2022, gerou muita comoção, mas também muito medo. A violência política que já vinha dando mostras de crescimento no país chegava a um ponto assustador. Marcelo foi morto em plena festa de seu aniversário, que tinha como tema seu partido, o PT. E foi morto por um homem que havia invadido essa festa gritando o nome do então presidente Jair Bolsonaro.

O crime ocorreu no dia 9 de julho de 2022. Jorge Guaranho, um policial penal, atirou contra Marcelo logo após a discussão motivada por divergência política. Guaranho não conhecia ninguém do evento e nem havia sido convidado para participar dele.

Não à toa, nas eleições municipais do ano passado o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) fez questão de usar o mote de eleições da paz. Toda a justiça eleitoral e boa parte da sociedade civil se engajaram à campanha. O pleito aconteceu sem problemas de violência.

Nesta quinta-feira (13) terminou o júri de Jorge Guaranho e ele foi condenado à prisão em regime fechado por 20 anos. Os jurados entenderam que Guaranho matou por motivo fútil – uma discussão política – e isso foi um dos agravantes para a composição da pena.

A condenação do réu repercute Brasil afora e deve contribuir para conter os ânimos mais exaltados e a propensão que alguns eleitores têm de recorrer à força para fazer valer seu ponto de vista. Que em 2026 não se repitam casos de violência política como o de Marcelo Arruda. Uma vida roubada, uma família destroçada e uma ferida na democracia não podem ser esquecidos e muito menos repetidos.

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