Depois de se notabilizar pela defesa do assessor de Assuntos Internacionais do governo federal na gestão de Jair Bolsonaro, Felipe Martins, e por ser uma das vozes da direita que contestam a atuação do Supremo Tribunal Federal, o advogado Jeffrey Chiquini já não esconde mais que tem um projeto político. E não é pequeno. Chiquini pensa em concorrer a uma vaga ao Senado pelo Partido Novo em 2026. Ele diz que ainda não é pré-candidato, que a decisão será tomada só no ano que vem, mas já fala como uma das lideranças da direita no estado e até criou uma comunidade de seguidores – a Comunidade Chiquini – que, mesmo sendo paga, já tem 4 mil pessoas cadastradas.
Em entrevista ao podcast Bem na Pauta, do Estúdio Bem Paraná (assista à íntegra da entrevista aqui), o advogado disse que gostaria, sim, de ser senador. Isso por causa da importância do trabalho feito na casa, com debates mais aprofundados que na Câmara, mas sobretudo pelo poder que o Senado tem de pautar impeachment de ministros do STF, como Alexandre de Moraes, uma das obsessões da direita, e também do presidente da República. Aliás, Chiquini já pensa até em votar num eventual processo de impeachment contra o presidente Lula (PT), que ele acha que vai se reeleger caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível, não esteja na disputa.
“A pauta do Brasil em 2026 é dois terços da direita para impitimar o Lula, tirar esse corrupto de lá, tirar essa cambada”, disse Chiquini na entrevista. Questionado se isso era uma admissão de que Lula irá se reeleger, ele completou: “É um risco. Sem Bolsonaro, é o Lula 4. Não tem quem vença o Lula.” O mesmo vale para o STF. O advogado diz que “ter um Senado forte é importantíssimo para o Estado Democrático de Direito e para a democracia. Porque daí você vem e fala assim, ô ministro, pera lá, você tá descumprindo a regra aqui. Hoje nós não temos um Senado para isso”.
Para o advogado, eleição em 2026 sem Bolsonaro é “golpe”. “Eu gosto do Tarcísio, eu gosto do Zema, eu gosto do Ratinho, que é o nosso governador, mas é um centro-direita, não é direita. Eu gosto de todos esses nomes, mas eu digo, 26 sem Bolsonaro na urna é fraude. É um golpe. Deram um golpe no Brasil. Bolsonaro não estar na urna em 26 é um golpe. Ele não está inelegível por essa farsa desse processo. Eles inventaram uma tentativa de golpe e ele está inelegível porque ele subiu num caminhão no 7 de setembro”.
Mas Jeffrey Chiquini também critica a direita. Diz que a direita nunca agiu com estratégia e inteligência no Brasil. “A esquerda nasceu há 40 anos. Pense o seguinte, há 40 anos, eu vou dar um caso hipotético. Caso das diretas, naquela época. Há 40 anos você teve Lula e Fachin se abraçando. Enxergue essa cena. E eles conversarem entre eles. Companheiro, será que um dia nós vamos dominar o Brasil? Não sei, quem sabe? E eles começam a se infiltrar na imprensa, eles começam a se infiltrar nas universidades, e eles começam a se enraizar. O socialismo começa a ganhar raízes. Hoje você tem o Lula presidente do Brasil e
o Fachin presidente do STF. Quando eu falo em agir com inteligência, é estratégia a longo prazo. É entender que não adianta eu subir num caminhão, eu pegar o microfone e sair xingando e ofendendo pessoas”, disse.