
Depois de muita discussão e uma sessão que começou às 9h e se estendeu até a noite, a Câmara de Curitiba aprovou em primeira votação três projetos do prefeito Eduardo Pimentel (PSD) que tramitam em regime de urgência na casa: a extinção e repasse dos ativos da Curitiba SA pela Cohab municipal; a criação de 49 cargos em comissão para a prefeitura, 40 deles para a Secretaria de Governo e 9 para o Ippuc; e alterações nos planos de carreira de diferentes categorias de servidores.
A incorporação da Curitiba SA pela Cohab passou com 32 votos a favor e só 4 contra. Vereadores da situação defenderam a aprovação como uma forma de garantir economia para o município, uma vez que a Curitiba SA é uma empresa deficitária. A empresa de economia mista Curitiba S. A. é a responsável por coordenar os assuntos fundiários remanescentes da implantação da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), na década de 1970, o que envolve terrenos de empresas, pessoas e instituições instaladas na CIC.
O vereador Zezinho Sabará (PSD), que defende políticas de habitação, sobretudo na região da Cidade Industrial, fez uma defesa bem concreta do projeto. Segundo ele, toda a região tem problemas fundiários, mas basicamente ligados a moradias. E quando a Cohab. em muitos casos, tenta fazer a regularização, esbarra no fato de a área pertencer à Curitiba SA. Com a incorporação, a Cohab passará a ser a administradora dessas áreas e terá autonomia maior para a regularização.
Já no projeto da criação dos novos 49 cargos em comissão para a prefeitura, os votos contrários cresceram um pouco. Foram 37 votantes, com 7 contrários e 1 abstenção. Neste projeto, os votos contrários foram de Bruno Secco (PMB), Camila Gonda (PSB), DaCosta (União), Giorgia Prates (PT). Bettega (União), professora Angela (PSOL) e Vanda de Assis (PT). A abstenção foi do vereador Angelo Vanhoni (PT), que justificou sua posição dizendo que não se sentia contemplado com nenhum dos lados da discussão ocorrida em plenário.
Neste projeto, houve ainda mais discussão que no primeiro. Não só vereadores da oposição fizeram discurso e votaram contra. Bettega e DaCosta, ambos do União Brasil, falaram na tribuna contra a criação de novos cargos comissionados. Mas a ampla maioria dos vereadores garantiu a aprovação sem sustos. A explicação para a criação dos novos cargos feita pelo líder do prefeito, Serginho do Posto (PSD), foi corroborada por colegas de outros partidos, como Rodrigo Marcial, do Novo, e Renan Ceschin, do Podemos. Segundo eles, são nove cargos para atender à demanda do Ippuc na elaboração do novo plano diretor da cidade, e outros para ser distribuídos entre as novas secretarias criadas no final do ano passado.

O terceiro dos projetos dos projetos do prefeito enviado à Câmara, que trata de correções em planos de carreira, movimentou os sindicatos das categorias de servidores. De manhã, antes do começo das discussões, falaram aos vereadores dirigentes do Sigmuc (Sindicato dos Guardas Municipais de Curitiba), Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba) e Sismmac (Sindicato dos Servidores do Magistério de Curitiba). Uma das queixas dos vereadores de oposição foi pelo fato de as mudanças para todas as carreiras estarem em um único projeto.
À tarde, quando o assunto foi para a votação, houve manifestações dos servidores nas galerias durante a defesa do projeto pelo líder Serginho do Posto. Apesar de os servidores admitirem que o projeto corrige distorções, eles se queixam da limitação na possibilidade de crescimento na carreira. Uma das queixas é do pessoal da Guarda Municipal, que critica principalmente a limitação em 20% das vagas para crescimento vertical na categoria como um todo. A reivindicação é de que haja pelo menos 20% de vagas em cada nível.
O projeto, na forma de substitutivo geral, acabou sendo aprovado com votos de todos 34 dos 37 votantes. Houve três abstenções. Os vereadores também aprovaram emendas ligadas ao projeto, que foram acrescidas em discussão com os sindicatos dos servidores.
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