
A deputada federal Carol Dartora (PT), alvo recente de ameaças, inclusive de morte, e ofensas racistas, ganhou nesta segunda-feira (4) uma camiseta do coletivo Gralha Marx, da torcida do Paraná Clube, seu time do coração. Em publicação no Instagram, o coletivo prestou solidariedade à deputada. Nos comentário, a deputada disse que pretende usar a nova camisa para ir aos jogos. Veja a íntegra da publicação do Gralha Marx:
“O Coletivo Gralha Marx expressa seu total apoio e solidariedade à deputada federal Carol Dartora, que tem sido vítima de ameaças e ataques racistas. Carol é uma voz essencial na defesa dos direitos humanos e na luta antirracista. Recentemente, tivemos a honra de recebê-la em nosso coletivo, onde debatemos a importância de levar a luta contra o racismo para espaços como o futebol. Repudiamos veementemente todo ato racista e reafirmamos nosso compromisso em combater o preconceito em todas as suas formas. Carol, você é uma inspiração para nós, e sua presença fortalece nossa caminhada por uma sociedade justa. O Gralha Marx está ao seu lado. Nas arquibancadas da Vila Capanema, nas ruas ou em qualquer espaço, seguimos juntos. Racistas não passarão! Venceremos! ✊🏿”
A Polícia Federal está investigando os ataques e ameaças contra Carol Dartora, mas ainda não divulgou informações sobre a identidade dos autores. Segundo a deputada, as ameaças começaram no dia 14 de outubro de 2024, por e-mail. “Até o momento, já recebi 43 e-mails”, contou ela.
Carol Dartora, além de denunciar o caso à Polícia Federal, que está fazendo sua investigação, buscou proteção com a Polícia Legislativa, que também está conduzindo investigações sobre o caso. A deputada já foi alvo de ameaças antes. “Estou em um ponto em que sinto que isso está afetando minha saúde. O medo tem me paralisado, ao ponto de que sair de casa se torna um desafio e me sinto constantemente em alerta, com receio de desconhecidos”, admite ela.
O combate ao racismo é uma das bandeiras da deputada. “Como deputada federal, meu trabalho exige presença pública, pensamento estratégico e soluções para enfrentar o racismo estrutural no Brasil, mas, diante dessa violência, tudo se torna extremamente difícil. Parlamentares brancos e homens não passam por isso e, muitas vezes, fazem o mínimo em seu trabalho, enquanto eu preciso enfrentar desafios muito maiores. Mesmo nesse contexto, consegui ser reconhecida este ano entre os melhores parlamentares do Brasil, o que demonstra minha dedicação, mas, para continuar, preciso de proteção e da efetivação do projeto de lei que propus, que cria um protocolo de proteção à violência política de gênero e raça”, explica.
Leia também: Nova eleição da mesa diretora da Assembleia será na segunda-feira, dia 11