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Gislaine Queiroz. Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

A presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau, Gislaine Queiroz, disse nesta quarta-feira na Câmara de Curitiba, que em 2024 a cidade sediou mais de 500 eventos, um aumento de 30% em relação a 2023. Isso, segundo ela, indica que o turismo de negócios é um dos principais motores da economia local, com forte capacidade de gerar receita e atrair investimentos.

Gislaine Queiroz falou durante a Tribuna Livre, a convite da vereadora Carlise Kwiatkowski (PL). O turismo de negócios, segundo ela, gera impactos econômicos até três vezes maiores do que o turismo de lazer, com reflexos em toda a cadeia produtiva: hotéis, restaurantes, empresas de transporte, comércio e prestadores de serviços especializados. “O turista de negócios deixa um gasto três vezes maior que o turista de lazer, e esse impacto é fundamental para a cidade”,disse.

Cerca de 50% dos turistas que vêm a Curitiba vêm motivados por eventos e compromissos profissionais, o que reforça a vocação do município como polo de feiras, congressos e seminários de diferentes áreas do conhecimento. Gislaine citou como exemplo o recente Congresso Brasileiro de Oftalmologia, com 4 mil participantes que, realizado em paralelo a outros eventos corporativos, resultou na ocupação hoteleira de 100% em Curitiba, movimentando também a gastronomia, os serviços de transporte e a cultura. “Isso demonstra a vocação de Curitiba para sediar grandes eventos”, reforçou.

Mas a presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau também vê dificuldades. Apesar do crescimento registrado, disse ela, o setor do turismo enfrenta gargalos importantes. Dois deles são a ausência de um centro de convenções moderno, com estrutura para receber 10 mil pessoas, e a limitação da rede hoteleira. São entraves para atrair eventos de maior porte e com perfil internacional. “Alguns congressos não podem ser realizados aqui porque não temos hotel de bandeira internacional cinco estrelas com mais de 300 apartamentos”, disse Gislaine Queiroz, lembrando que esse é um dos critérios exigidos por organizadores internacionais.

Outra preocupação é a ampliação da malha aérea para permitir maior conectividade com outras regiões do país e do exterior. “Precisamos de novos voos nacionais, especialmente para o Nordeste, e conexões internacionais com Estados Unidos e Europa. A nova pista do aeroporto é uma oportunidade para isso”, disse. Ampliar a infraestrutura permitirá que Curitiba dispute eventos hoje concentrados em São Paulo e Porto Alegre, fortalecendo a imagem da cidade como destino competitivo, segundo Gislaine.

Ela também destacou o papel dos meios alternativos de hospedagem, como o Airbnb, que complementam a capacidade da rede tradicional e garantem o acolhimento de grandes volumes de visitantes em períodos de alta demanda. Sem esse complemento, explicou, seria impossível acomodar congressos médicos ou técnicos com milhares de participantes vindos de outros estados.

A entidade já conta com mais de 150 associados, representando 25 segmentos distintos da economia local, e atua em sinergia com o Instituto Municipal de Turismo.

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