
Os governadores dos estados que compõem o Cosud (Consórcio de Integração Sul Sudeste) procuraram desfazer, durante a sua reunião na manhã desta terça-feira (19) em Curitiba, a ideia que chegou circular de que seu encontro na abertura da Conferência da Mata Atlântica seria um contraponto à COP30, que acontece em novembro em Belém do Pará. “A ideia da Conferência da Mata Atlântica é justamente poder ser um instrumento colaborativo para a COP30 que vai acontecer em novembro em Belém do Pará”, disse o governador anfitrião, Ratinho Junior (PSD). A conferência irá elaborar a Carta de Curitiba, que será enviada à COP30.
O encontro no Teatro Guaíra teve a participação de cinco governadores – Ratinho Junior, do Paraná, Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul, Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, e de dois vices, Marilisa Bohem, de Santa Catarina, e Felício Ramuth, de São Paulo. Todos eles fizeram questão de reafirmar a importância do bloco, com estados que reúnem 56% da população e 70% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
“Gostei muito da mensagem no nosso vídeo do Cosud, que traduz o sentimento do Cosud. Nós não somos um país à parte, mas nós somos parte importante da solução para o Brasil. Afinal, os nossos estados reúnem mais da metade da população, 70% do PIB. E onde está a maior parte da concentração demográfica brasileira está também este bioma da Mata Atlântica”, disse Eduardo Leite.
Renato Casagrande foi na mesma linha. “Somos parte da solução, não somos uma solução à parte. Acho que isso é conceitualmente todo o debate que a gente já fez nesses encontros nossos do consórcio do Sul e do Sudeste. Para demonstrar claramente que nós encontramos a beleza nas nossas diferenças, nós não somos os inimigos de adversários que pensam diferente. Aqui são estados diferentes, são geografias diferentes, são pensamentos políticos diferentes. O que a gente tem assistido no Brasil é uma
insanidade, pessoas que não aceitam conviver com quem pensa diferente”, disse o governador do Espírito Santo.
“É muito bacana quando estados de sul e sudeste se reúnem para falar sobre uma COP, só que para colaborar para uma COP que é na Amazônia. Mais uma vez mostrando que, sob a ótica do Cosud, não há o nós contra eles. Não há um Brasil partido. Quando a crise vem, quando a chuva vem, ela não escolhe pobres ou ricos, ela não escolhe gente de direita ou de esquerda. A crise vem e atinge a todos”, disse Claudio Castro.
Os governadores querem que a Carta de Curitiba, resultado da conferência que vai até quinta-feira (22) e que será encaminhada à organização da COP30, traga a importância de debater também, entre os temas do meio ambiente, questões ligadas ao saneamento, às cidades e ao desenvolvimento urbano sustentável.
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