Se você se cansou da polarização nas eleições, vai aqui um recado: não será ainda em 2026 que as coisas vão mudar.
O Estúdio Bem Paraná entrevistou esta semana o diretor do Instituto de Pesquisas Opinião, Arilton Freres, e ele não deixa margem para muita dúvida: o nem nem – nem esquerda e nem direita – vai ter dificuldades de abrir espaço para seu discurso. A polarização, diz ele, não é apenas política, ela está arraigada na sociedade. Assista à entrevista aqui.
Assim, pré-candidatos que vêm pregando que não estão nem com o governo Lula, do PT, à esquerda, nem com o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, à direita, vão acabar tendo que escolher um lado, se quiserem se viabilizar, de acordo com esse raciocínio.
Em termos nacionais, isso é mais claro. Mas como fica nos estados, na escolha dos governadores? Um lado sempre vai precisar do outro num eventual segundo turno.
O Paraná é um exemplo disso. A esquerda nunca ganhou uma eleição estadual, mas tem número expressivo de votos que pode pender a balança num eventual segundo turno entre dois candidatos da direita. Foi o que aconteceu em Curitiba no ano passado, quando Eduardo Pimentel (PSD) superou Cristina Graeml (PMB) no segundo turno por causa dos votos que vieram da esquerda.
Se houver um segundo turno entre o atual líder das pesquisas, Sergio Moro, do União Brasil, e um nome apoiado pelo governador Ratinho Junior (PSD), quem ficaria com os votos da esquerda? E, neste caso, escolher um discurso muito radical à direita no primeiro turno não seria prejudicial? É para se pensar.
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