moro cristina haru matsuri foto Josianne Ritz
Cristina Graeml e Sergio Moro no Haur Matsuri. Foto: Josianne Ritz

O senador Sergio Moro e a jornalista Cristina Graeml, do União Brasil, já fazem pré-campanha juntos em Curitiba. Neste domingo, os dois estiveram no evento Haru Matsuri, Festival da Primavera da comunidade de origem japonesa, no Centro de Eventos Positivo, no Parque Barigui. Foi a primeira aparição pública da dupla, que promete disputar os cargos majoritários de governador do estado e senadora nas eleições do ano que vem, depois da filiação da jornalista ao União Brasil na última sexta-feira (26). No evento, cumprimentaram eleitores e foram recebidos pelos organizadores do festival. Moro se deixou fotografar com a tradicional espada katana, usada pelos antigos samurais.

Mas o fim de semana da dupla não foi só de festa. A filiação de Cristina Graeml ao União Brasil e suas declarações na entrevista coletiva do ato de filiação geraram críticas. Pela direita que Cristina sempre disse representar, vieram recriminações por ela ter aderido ao União Brasil, um partido identificado com o Centrão. Além disso, Cristina chegou a dizer na entrevista que tem tido conversas até com gente de esquerda.

Pela direita, um dos que criticaram Cristina Graeml foi o advogado Jeffrey Chiquini, que publicou trechos da entrevista da jornalista para apontar o que ele chamou de decepção, quando ela fala das conversas com centro-esquerda e esquerda. “Que decepção, Cristina. Primeiro, na última eleição municipal você foi a candidata que se declarou antissistema. Você se declarou bolsonarista, antissistema. Pera lá: União Brasil, na federação União PP, a verdadeira face do Centrão. E agora, fala com a esquerda e centro-esquerda. A direita não se comunica com a esquerda e centro-esquerda. E mais: o que o Brasil precisa em 2027 é de candidato que tenha a coragem de enfrentar a esquerda e a centro-esquerda, e não de dialogar. Quem diálogo com esquerda e centro esquerda é quem está lutando contra a anistia e contra o impeachment de ditadores”, disse Chiquini em publicação no Instagram.

Dos lados do Palácio Iguaçu e da Assembleia Legislativa, não houve nenhuma manifestação pública, mas muito troca-troca de vídeos mostrando declarações de Cristina na eleição municipal no ano passado, que ela disputou pelo nanico PMB, em que ela criticava os partidos do chamado Centrão, o fundo eleitoral e a “máfia dos partidos”.

A jornalista se defendeu. Em publicação no seu perfil no Instagram, ela acusou seus críticos de usarem “táticas de esquerda”. “DIFAMADORES COVARDES, que usaram tática suja de esquerda e descontextualizaram falas minhas numa entrevista coletiva para dar a entender que eu disse algo diferente do que realmente disse. Pensam que, assim, vão conseguir descredibilizar uma jornalista com 35 anos de carreira e um trabalho sério, combativo e corajoso, distorcendo minha imagem perante meus seguidores e a opinião pública”, disse ela.

Porém, a bronca não veio da esquerda. No próprio União Brasil as coisas não são pacíficas. Ainda na sexta-feira, o ex-vereador Alexandre Leprevost, irmão do deputado estadual Ney Leprevost, se colocou como pré-candidato ao Senado pelo União Brasil, vaga que Cristina postula. “A falta de atuação dos atuais senadores junto ao povo do Paraná e o fato de políticos radicais estarem se colocando na disputa para as duas vagas nas próximas eleições me fizeram apresentar o meu nome como uma opção de aspecto moderado”, disse Leprevost, que ainda acrescentou: “Precisamos de nomes moderados, não extremistas”.

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