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Reprodução Instagram

O deputado federal Filipe Barros (PL) usou uma frase do líder indígena Sepé Tiaraju, do século 18, em seu discurso na manifestação por anistia, no domingo (7), em Curitiba. “Chegou a hora de todos nós, juntos, o povo brasileiro, gritarmos como o índio Sepé Tiaraju gritou em 1756. Essa terra tem dono, essa terra tem dono e o dono dessa terra é o povo brasileiro. Não é o Lula, não é o Supremo, não é o Alexandre Moraes, é o povo brasileiro que nas ruas está pedindo o fim da perseguição, está pedindo a anistia aos presos políticos”, disse Barros ao fim do seu discurso diante da multidão que exibia bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos na praça Nossa Senhora de Salete. O vídeo pode ser visto no perfil de Barros no Instagram.

Filipe Barros começou dizendo que, apesar de ser 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, não havia o que comemorar. “Hoje nós comemoramos o dia da independência do Brasil. Mas eu ouso falar pra vocês que não há o que comemorar nesse dia. Porque comemorar a independência do Brasil hoje é como nós comemorarmos o nascimento de um filho primogênito que ainda não nasceu. Eu falo que não há o que comemorar porque o Brasil não é verdadeiramente independente”, disse ele.

E prosseguiu: “O nosso país ainda, apesar de estarmos aqui no 7 de setembro comemorando a independência, nós ainda não alcançamos a independência que nós queremos. Porque a independência é quando o seu povo consegue ele próprio escolher o destino do país. Desde 2013 nós estamos nas ruas para decidirmos nós, o povo brasileiro, qual o caminho que nós queremos para o nosso país. É claro que nós tivemos muitas conquistas, é claro que nós conseguimos impeachment da Dilma, nós conseguimos o governo Bolsonaro graças ao povo na rua, aprovar a reforma da Previdência, nós conseguimos votar medidas importantes, mas nós ainda não estamos decidindo o futuro do nosso país”.

Segundo Baros, “o povo brasileiro precisa ser o senhor do destino da nossa nação. Na última vez que eu estive aqui, no dia 3 de agosto, nós todos fizemos um juramento juntos.
Nós juramos defender a nossa pátria, nós juramos defender as nossas famílias, nós juramos defender o nosso país, nós juramos defender Jair Bolsonaro, nós juramos defender a anistia aos presos políticos. E hoje, mais uma vez, o povo nas ruas, em todo o país, está pedindo para o sistema que está lá em Brasília: nós, o povo brasileiro, queremos decidir o destino do Brasil. Nós, o povo brasileiro, estamos pedindo por anistia. Nós, o povo brasileiro, queremos o fim da perseguição política.”

Em seguida, Barros citou o herói guarani Sepé Tiaraju: “Em 1756, Portugal e Espanha quiseram invadir o Brasil e nós tivemos um episódio com o índio Sepé Tiaraju, que disse para o exército português e espanhol: essa terra tem dono. Chegou a hora de todos nós, juntos, o povo brasileiro, gritarmos como o índio Sepé Tiaraju gritou em 1756”.

Sepé Tiaraju, cujo nome era José Tiaraju, foi um líder do povo guarani durante o período dos Sete Povos das Missões. Quando as reduções jesuíticas foram atacadas pelos exércitos espanhóis e portugueses, ele defendeu as missões e acabou morto. No Rio Grande do Sul, é considerado um santo popular e tem uma cidade com seu nome – São Sepé. É reconhecido como herói brasileiro e seu nome é citado para defender as lutas dos povos originários.

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