
O fim da escala 6×1 entrou na pauta da Câmara dos Deputados. A deputada Erika Hilton conseguiu reunir mais que as 171 assinaturas exigidas para colocar em tramitação uma PEC – Proposta de Emenda Constitucional – para acabar com esse regime de trabalho, em que o empregado precisa trabalhar seis dias seguidos para folgar um dia.
A PEC é ousada e prevê um esquema de 4×3, ou seja, o trabalhador teria quatro dias de trabalho para três de folga. Mas essa escala, com a PEC em tramitação, deve sofrer alterações. O PSB, por exemplo, pretende propor um modelo mais harmônico entre os interesses dos trabalhadores e a realidade do mercado de trabalho. Talvez um 5×2.
Do Paraná, só seis deputados assinaram a PEC. Os cinco do PT – Carol Dartora, Gleisi Hoffmann, Tadeu Veneri, Welter e Zeca Dirceu – e Luciano Ducci, do PSB. Isso apesar da grande pressão por meio das redes sociais feitas sobre todos os parlamentares. Essa pressão foi organizada pelo Movimento VAT – Vida Além do Trabalho, que começou no Rio de Janeiro e se espalhou rapidamente por todo o país.
A intenção da PEC com o fim da escala 6×1 é permitir que o trabalhador tenha mais tempo de lazer, de momentos junto à família e até oportunidade para se capacitar a outros empregos que paguem melhor.
Hoje, sobretudo o comércio e os serviços utilizam essa escala. O argumento contra o fim da 6×1 é de que isso impactaria nos custos ao consumidor desses serviços.
De qualquer maneira, entre uma PEC dar entrada no Congresso, tramitar e ser votada, vai uma longa e difícil jornada. Primeiro, é preciso que ela seja colocada em tramitação. Haverá resistência, certamente, mas a julgar pela mobilização feita na coleta de assinaturas, a pressão deve continuar. Para ser aprovada na Câmara, precisa de 308 dos 513 votos dos deputados. Só depois vai ao Senado, onde precisa garantir apoio de 49 dos 81 senadores.
Leia também: Fim da escala 6×1: Curitiba terá ato em defesa do projeto nesta sexta-feira