Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes: alto escalão da política paranaense fica em silêncio. Outros se dividem nos comentários

Martha Feldens
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Reprodução X

A aplicação de sanções financeiras da Lei Magnitsky pelo governo dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) gerou reações entre os políticos paranaenses, mas pouco entre os nomes mais destacados. O governador Ratinho Junior (PSD), o prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), e o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi (PSD), por exemplo, não se manifestaram. A ministra Gleisi Hoffmann (PT), porém, falou (veja abaixo). A maior parte dos comentários veio principalmente de políticos bem identificados com a direita bolsonarista, que aplaudiram a medida, e da esquerda, que condenaram.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), disse pelas redes sociais que a medida é um “ato violento”. No Instagram ela publicou o seguinte: “A nova sanção do governo Trump ao ministro Alexandre de Moraes é um ato violento e arrogante. Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma Nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo.”

O vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, que está de mudança para o Partido Novo, usou seu perfil no X para comentar. Com uma imagem do documento que determina a sanção, ele escreveu: “Alexandre de Moraes aparece como sancionado no programa Global Magnitsky. Quem achou que era brincadeira, perdeu. As consequências são seríssimas.”

Eder Borges (PL), vereador em Curitiba, disse que “Trump está fazendo a parte dele”. No X ele escreveu: “URGENTE Lei Magnitsky é aplicada contra Alexandre de Moraes. Trump está fazendo a parte dele. Nós faremos a nossa. Dia 3/8 Brasil nas ruas. E não vamos parar”, disse. Já o deputado Tito Barichello fez manifestação na rua,a esquina das Marechais, no centro de Curitiba, para aplaudir a medida. Com faixas com seu nome e o da sua mulher, a vereadora Tathiana Guzella, ele pedia buzinas aos motoristas que querem ver “fora Xandão”.

Normalmente distante dos grupos mais radicais, o deputado Ney Leprevost (União) também levou o assunto às redes sociais. No Instagram ele disse: “Eu avisei que o ministro estava ultrapassando os limites constitucionais. A suposta vítima de um crime não tem imparcialidade pra julgar os supostos autores do mesmo crime. Rasgou a Constituição e agora arrumou um tremendo problema para si.” Diante de muitos comentários, entre críticas e elogios à publicação, ele explicou: “O Brasil não pode e não deve se ajoelhar diante de nenhum outro país. Mas precisa garantir a liberdade de expressão para todos.”

Um dos nomes mais vinculados ao bolsonarismo no Paraná, o deputado Filipe Barros, não se manifestou durante a tarde sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. Esta semana ele tem seu nome incluído nas investigações que apuram as as atividades de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Filipe Barros chegou a viajar aos Estados Unidos em maio. Esteve em Washington com ele e com Paulo Figueiredo em encontros com congressistas norte-americanos. Em nota, ele disse que foi “aos Estados Unidos em missão oficial da Câmara dos Deputados autorizada pela Presidência da Casa” e negou qualquer atividade contrária aos interesses do país lá.

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