(Foto: Pedro de Oliveira/Alep) – Ney Leprevost

O deputado estadual Ney Leprevost, pré-candidato à prefeitura de Curitiba pelo União Brasil, protocolou pedido de providências urgentes ao Ministério Público do Paraná e ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), além de outros órgãos ligados à proteção de menores, para apurar as denúncias de abusos contra crianças autistas em abrigos mantidos pela prefeitura municipal. Ele cita a denúncia feita pelo Intercept Brasil de que crianças com transtorno do espectro autista sofreram violência na Casa do Piá 1, administrada pela FAS (Fundação de Ação Social).

Segundo Ney, o caso chocou a cidade. “É inadmissível que jovens, sob a responsabilidade do estado, sofram os mais variados abusos físicos e psicológicos. Estamos tratando de violência institucional que precisa ser investigada. A violência contra crianças é o mais repugnante e covarde de todos os crimes. Revoltante, inaceitável e estarrecedor”, disse o deputado, coordenador da Frente Parlamentar da Medicina e criador da Carteira da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista no Estado do Paraná.

O Intercept Brasil diz que o local atende em condições precárias, com constantes episódios de violência e descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além de infringir a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. A reportagem teve como base depoimentos de profissionais que atuam no local. 

Na Casa do Piá 1 vivem crianças de 7 a 14 anos, grande parte com transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo. As crianças e adolescentes foram afastados de suas famílias por ordem da Justiça, geralmente porque sofreram abusos ou maus-tratos que justificassem a destituição do poder familiar. Entre os casos denunciados pelo Intercept está o do jovem Miguel, de 12 anos, que revelou ter sido amarrado por duas funcionárias da Casa do Piá 1. “Me levaram lá pra cima, me amarraram no colchão e ela colocou uma meia na minha boca”, revelou Miguel em um áudio revelado pelo Intercept Brasil. 

Também receberam o pedido do deputado o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), a Defensoria Pública do Paraná (DPE-PR), a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB-PR), o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA-PR), oConselho Permanente dos Direitos Humanos do Estado do Paraná da Secretaria de Estado da Justiça; e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comtiba). 

Leia também: Câmara tem 5 novos projetos sobre pets em avião; outras propostas estão engavetadas há 3 anos