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Ogeny Maia, da Urbs, na Câmara. Reprodução YouTube Câmara

A nova concessão do transporte coletivo de Curitiba, que deve ser concretizada em junho do ano que vem, tem uma previsão de investimentos de R$3,9 bilhões nos 15 anos dos contratos do município com as empresas. O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, explicou nesta segunda-feira (11) na Câmara de Curitiba os principais pontos da modelagem da nova concessão que está sendo elaborada junto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e já revelou o valor previsto a ser aplicado no sistema durante a vigência dos novos contratos. Todas as propostas serão debatidas em audiências públicas e com os próprio vereadores.

O presidente da Urbs anunciou também que a remuneração das empresas na nova concessão do transporte deverá passar a ser feita por quilômetro rodado, e não mais por passageiro que passa na catraca, como é hoje. Além disso, antecipou que o sistema deverá adotar um número maior de linhas com integração temporal, ou seja, o passageiro, dentro de uma determinado prazo, pode usar os ônibus quantas vezes quiser. Isso valerá inclusive para os ônibus convencionais, que hoje estão completamente desintegrados.

“A integração entre as linhas com o uso do Cartão Transporte (Integração Temporal) que hoje é utilizada de forma restrita passará a ser utilizada de forma ampla, permitindo que muitas viagens hoje realizadas com integração nos terminais possam ocorrer em outros pontos de parada da RIT, proporcionando viagens mais rápidas e diretas, com maior flexibilidade de rotas. A integração temporal ampla também permitirá o redesenho do traçado das linhas, em especial das linhas convencionais, troncais e alimentadoras, ampliando a acessibilidade, as conexões no território e racionalidade dos recursos de frota e produção quilométrica. Trinta linhas dos tipos convencional, alimentadora e troncal serão adequadas”, diz o documento apresentado por Ogeny aos vereadores.

No ano 2031, 33% dos lugares ofertados na frota serão em ônibus elétricos, segundo a apresentação do presidente da Urbs.

Principais Investimentos previstos

CAPEX Previsto: R$ 3,9 bilhões | 15 anos
Aquisição de 245 ônibus elétricos em 5 anos;
Aquisição na partida de 149 novos ônibus a diesel, modelo Euro 6, mais 1.084 ao longo de 15 anos
Construção de 2 Eletropostos Públicos (42 carregadores) em 5 anos;
Infraestrutura de carregamento nas garagens (107 carregadores).

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Montante de investimentos previstos leva à necessidade de investimentos públicos:
Município pode tomar recursos a taxas subsidiadas junto a Bancos/Multilaterais. Duas operações de crédito em negociação pelo Município:
BNDES: R$ 380 milhões, 180 meses (amortização), 7,5% a.a.
kfW: US$ 102 milhões, 120 meses, 3,46% a.a.*
As subvenções para investimentos reduzem substancialmente os valores dos subsídios ao longo da concessão.

Entre as principais mudanças previstas na prestação de serviços na nova concessão do transporte também estão:

É prevista a implantação de 5 (cinco) novas linhas em momento futuro, de modo a ampliar as opções de ligações entre as regionais da cidade, fortalecendo o atendimento das viagens locais.

A frota de ônibus será aumentada em 41 ônibus operacionais adicionais, nas linhas de maior demanda, incluindo 13 ônibus biarticulados adicionais, visando melhorar o conforto, o cumprimento das viagens e a regularidade da operação.

Ampliação expressiva da frota de ônibus elétricos com benefícios à qualidade dos serviços de transporte, ao meio-ambiente e à cidade, mais ainda pela concentração da utilização destes tipos de ônibus nas linhas estruturais dos BRT que operam nas canaletas e que atendem a maior parte dos usuários da RIT.

Renovação progressiva da frota de ônibus diesel com modelos padrão Euro 6, que reduzem expressivamente as emissões de gases e material particulado nocivos à saúde.

Veja o cronograma previsto para a nova concessão do transporte em Curitiba

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Destaques, Inovações e Aprimoramentos propostos

Aprimoramento das regras da licitação e concessão
Aprimoramento das regras do Edital e Contrato. Necessidade de constituição de SPE (melhora da governança). Maior transparência e segurança para sociedade e concessionários

Melhorias no mecanismo de Remuneração
Mecanismo aprimorado, com foco na transparência. Modelo retira a variável passageiro da remuneração, alocando o risco somente à operação propriamente dita.

Priorização de Investimentos Necessários
Desenho de priorização e cronograma de investimentos para elevação de padrão dos serviços e provimento da infraestrutura de recarga necessária ao início do funcionamento da frota elétrica

Indicadores de Desempenho
Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade. Revisão da metodologia de acompanhamento e apuração dos indicadores com foco na transparência e nos incentivos à melhoria da qualidade.

Garantias Públicas para o fluxo de pagamentos da concessão
Estruturação de garantias públicas em complemento às receitas tarifárias do FUC. Previsibilidade do fluxo de receitas aos concessionários. Favorece a financiabilidade dos investimentos privados.

Boas práticas socioambientais
Renovação da frota com redução de emissões e dos impactos ambientais. Contrato inclui diretrizes obrigatórias de responsabilidade ambiental, social e de governança por parte dos concessionários.

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