
Até o meio da tarde deste domingo (20), o governador Ratinho Junior (PSD) ainda não havia se manifestado sobre a operação da Polícia Federal de sexta-feira (18) que culminou com a colocação de tornozeleira eletrônica no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os políticos paranaenses ligados ao centro ou à direita, ele não foi exceção. Mas em relação a governadores opositores ao governo Lula (PT), ele foi um dos poucos que optaram por não tomar partido no que diz respeito à decisão do STF de adotar medidas restritivas contra Bolsonaro.
O governador não teve agenda pública na sexta-feira (20) nem no fim de semana, e assim não chegou a ser questionado publicamente por nenhum jornalista sobre o assunto. Nas suas redes sociais, durante todo o fim de semana, Ratinho optou por publicações destacando seus feitos como governador do Paraná ou vídeos divertidos, como de uma pescaria com amigos no Rio Paraná, e não fez qualquer menção à operação contra Bolsonaro. Veja no Instagram.
Ratinho, que esteve em férias por duas semanas neste mês de julho, já tinha evitado tomar partido quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros exportados ao seu país, que deve entrar em vigor em 1° de agosto. Quando retornou das férias, na quarta-feira (16), Ratinho disse que esse assunto deve ser tratado pelo governo e pela diplomacia brasileira.
Com essa postura, Ratinho que é um dos nomes da centro-direita cotados para concorrer à sucessão do presidente Lula, se distancia de outros postulantes, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Romeu Zema (Novo), que se manifestaram a favor de Bolsonaro.
“Minha solidariedade à família Bolsonaro. O Brasil precisa de liberdade, e não de perseguição”, disse Zema na legenda de um vídeo que publicou na plataforma X ainda na sexta-feira (18).
Tarcísio de Freitas, tido por boa parte da direita como o possível candidato de Bolsonaro à sucessão de Lula, fez uma publicação em que fala até em uma suposta “paz política” que só viria com “eleições justas e competitivas” e fala que está acontecendo “uma sucessão de erros”. Veja a íntegra da publicação:
“Coragem é um atributo que quem conhece Jair Bolsonaro sabe que nunca lhe faltou. Não faltou quando atentaram contra a sua vida. Não faltou para lidar com as crises sem precedentes que este país passou quando ele era presidente. Não faltou para defender a liberdade, valores, ideais e combater injustiças. E não vai faltar agora, pois ele sabe que estamos e seguiremos ao seu lado.
Não conheço ninguém que ame mais este país, que tenha se sacrificado mais por uma causa, quanto Jair Bolsonaro. Não imagino a dor de não poder falar com um filho. Mas se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça.
Não haverá pacificação enquanto não encontrarmos o caminho do equilíbrio. Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas. A sucessão de erros que estamos vendo acontecer afasta o Brasil do seu caminho”, disse ele.
Por sua vez, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSD, mesmo partido de Ratinho, reforçou seu discurso contra a polarização. ”O Brasil e os brasileiros não podem ser jogados no meio de uma guerra política. A reação às tarifas deve priorizar o Brasil e não interesses eleitorais”, disse ele em legenda de um vídeo no X em que condena o uso político, dos dois lados da polarização, dos episódios relacionados a bolsonaro e às tarifas norte-americanas.
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