O senador Sergio Moro (União) disse nesta sexta-feira que ao proibir as manifestações públicas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, “abre um precedente perigoso”. Segundo Moro, “é um direito da pessoa se manifestar”. “Não podemos concordar com essa restrição de manifestação de Bolsonaro ou de qualquer acusado em um processo”, disse o senador em áudio distribuído por sua assessoria de imprensa.
Moro comparou o que está acontecendo agora com Bolsonaro com o que houve com Lula, antes do julgamento do processo da Lava Jato. “Vou fazer um comparativo entre o que está acontecendo com o Bolsonaro com o que a gente viu no processo do Lula. O Lula nunca foi proibido de se manifestar publicamente, ou dar entrevista e se posicionar em rede social antes do julgamento, no caso da Lava Jato. Nem por mim, nem pelo Tribunal Regional Federal, nem por qualquer corte. É um direito da pessoa poder se manifestar. E sobre a forma que essa pessoa vai se manifestar o Estado não pode interferir. Ao meu ver é um precedente perigoso’, disse.
Segundo o senador, para enfrentar a questão das taxas de 50% sobre os produtos brasileiros, impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o caminho é o diálogo. “No fundo, a gente tem que agora sentar e para dialogar com firmeza, com altivez com o governo norte-americano para evitar que essas tarifas se concretizem. Estou vendo com muita preocupação essa escalada, que pode dificultar o estabelecimento de pontes e negociações com o governo norte-americano. Nossa economia, inclusive, aqui do Paraná, vai ser atingida e tudo tem que ser feito para que isso não ocorra’, afirmou.
Mas, segundo ele, o processo judicial contra Jair Bolsonaro, é um assunto brasileiro. “Nos assuntos internos de justiça, é uma questão nossa, a ser trabalhada”, disse.
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