Pedágio em sistema “free flow” em áreas urbanas pode prejudicar população local, dizem deputados

Martha Feldens
free flow pórticos ccr

Sistema free flow na Rio-Santos. Reprodução CCR

Um assunto de interesse motoristas e todos os usuários das rodovias do estado: a cobrança de pedágio no sistema “free flow”, preferido para as próximas concessões, em áreas urbanas pode penalizar a população local. Os deputados estaduais Luiz Cláudio Romanelli, Tercílio Turini (MDB) e Evandro Araújo (PSD) voltaram a alertar nesta quarta-feira, 5, para os riscos da cobrança de pedágio no sistema “free flow” (em que não há parada para cobrança, que é feita a partir de infromações captadas por sensores colocados em pórticos sobre a estrada) em áreas urbanas e conurbadas nas rodovias que cruzam o Paraná.

Os três deputados pediram à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) a reavaliação da cobrança prevista nas concessões do Lote 4 das rodovias paranaenses. “Se não forem estabelecidos critérios diferenciados em trechos urbanos, a população local e de municípios de regiões conurbadas terá grande prejuízo”, disseram os parlamentares.

Prefeitos da Amusep e da Amepar – nas regiões de Londrina e Maringá – também apontaram suas preocupações em relação aos questionamentos levantados pelos deputados à ANTT. As duas regiões integram 52 cidades – 30 na Amusep e 22 na Amepar. A Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense questionou a agência e mencionou o documento dos deputados que atentou sobre os riscos da cobrança das tarifas pelo sistema em áreas metropolitanas.

No documento enviado à ANTT, Romanelli, Turini e Araújo alertam que os trechos intermunicipais das rodovias não são utilizados apenas por motoristas em trânsito, mas principalmente por moradores que cruzam as vias para acessar atividades básicas como trabalho, saúde, educação, lazer e outros compromissos cotidianos.

Os deputados querem que a ANTT delimite áreas isentas de pedágio em um raio de pelo menos 30 quilômetros fora do eixo urbano ou metropolitano, permitindo diferenciar trechos de uso predominantemente local dos demais tipos de deslocamentos.

Romanelli, Turini e Araújo pedem também que o sistema de cobrança “free flow” respeite a distância mínima em municípios conurbados geograficamente. Reforçam que é fundamental priorizar a manutenção e a ampliação de rotas alternativas gratuitas, permitindo à população opções viáveis para deslocamento.

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