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Pimentel na cerimônia desta quarta-feira. Konrahd Fotos

O prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), assinou na quarta-feira (23) uma carta de intenção para adesão à definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). Foi durante a cerimônia de Yom Hashoá, celebrada nesta na Sinagoga Beit Yaacov, em Curitiba.

“O Holocausto foi a pior coisa que aconteceu na história da humanidade, e Curitiba é uma cidade que quer paz, que rechaça qualquer forma de preconceito religioso, de raça ou de gênero”, disse o prefeito Eduardo Pimentel no ato de assinatura da adesão à definição de antissemitismo da IHRA.

Em seu discurso de abertura, o presidente da Federação Israelita do Paraná, Alexandre Knopfholz, destacou que a ferida que o povo judeu carrega não deve ser curada. “Não queremos esquecer de sua existência. É o mínimo que podemos fazer para lembrar daqueles que foram vítimas da maior barbárie que a espécie humana já assistiu. A luta contra a discriminação e contra o ódio aos judeus deve ser um objetivo permanente em nossa caminhada. Assim, é extremamente simbólico que seja entregue pela Prefeitura de Curitiba a Carta de Intenções para a adoção da definição de antissemitismo”, comemorou.

Para ajudar no letramento das novas gerações a respeito do tema, o Museu do Holocausto lançou a exposição hospedada em seu site “Livres, mas não Libertos”. “Os sobreviventes, até hoje, carregam seus traumas, assim como aqueles que já nos deixaram carregaram, até o final da vida, seus traumas, seus pesadelos e seus medos”, lembra o coordenador geral do Museu, Carlos Reiss. “Eles nunca foram totalmente libertos de todo esse mal. É por isso que, inspirados no escritor sobrevivente Primo Levi, criamos essa exposição: reafirmamos que essas pessoas, ao final da guerra, foram liberadas pelos aliados, mas libertas elas nunca se tornaram.”

O presidente da Federação lembrou ainda que a implementação do conceito de antissemitismo que ganhou a adesão de Curitiba com a assinatura de Pimentel traz consigo certezas e simbologias. “Temos certeza de que nosso município não compactua com a discriminação, o preconceito e o ódio contra os judeus. Curitiba é uma das primeiras cidades a assinar, e agradecemos a generosidade de estar conosco nessa luta extenuante e inglória”, declarou Knopfholz.

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