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Professora Melina Fachin ganha manifestações de solidariedade após agressão

Martha Feldens
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Aloizio Mercadante, presidente do BNDES. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A professora Melina Fachin, da Faculdade de Direito da UFPR, vítima de agressão na última sexta-feira (12) (leia matéria aqui) tem recebido várias manifestações de solidariedade. Uma delas partiu de seus colegas professores de Direito. Com mais de 80 assinaturas, a nota dos professores repudia “a agressão física e verbal” sofrida por Melina fachin, que é filha do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal). “Manifestamos nossa solidariedade à professora Melina e reafirmamos que a convivência democrática deve orientar a universidade e toda a sociedade. Divergências políticas e ideológicas são legítimas, mas nunca podem justificar agressões ou intimidações”, diz a nota.

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, emitiu uma nota solidariedade ao ministro Edson Fachin e à professora da UFPR. “Manifesto publicamente minha solidariedade ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, e a toda sua família, em razão da agressão sofrida pela professora e diretora da Faculdade de Direito da UFPR, Melina Girardi Fachin. Esse ato de intolerância e de violência é mais um sintoma de que o Brasil deve seguir firme na defesa da democracia e dos valores que ela representa, como a convivência pacífica entre as pessoas, a pluralidade de ideias, a liberdade, a independência entre os poderes, a tolerância e o respeito”, disse Mercadante.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Paraná também se manifestou com nota de repúdio pela agressão a Melina Fachin. Em nota assinada pelo seu presidente, Luiz Fernando Pereira, juntamente com as comissões de Mulheres Advogadas e de Defesa dos Direitos Humanos, a entidade diz o seguinte: “As comissões de Defesa dos Direitos Humanos e das Mulheres Advogadas da OAB Paraná repudiam o covarde ato perpetrado contra a advogada, professora e diretora Melina Fachin por sujeito ainda não identificado na Praça Santos Andrade, onde se localiza a Faculdade de Direito da UFPR.
Além de consultora das duas comissões, ela tem histórico irretocável de defesa da democracia, dos direitos humanos e da igualdade de gênero.
A presença feminina em um cargo de poder e o envolvimento com a proteção de pautas caras a grupos socialmente vulneráveis são aspectos determinantes para a ocorrência de violências desta natureza, o que multiplica a necessidade de atenção das instituições.
Como não poderia deixar de ser, as duas comissões se solidarizam com Melina, um exemplo para todas as pessoas e, em especial, para todas as mulheres que ocupam o Direito”, diz a nota da OAB.

O Iprade (Instituto Paranaense de Direito Eleitoral) foi outra instituição a se manifestar, deixando seu “repúdio e consternação aos atos de violência física e verbal praticadas contra a Diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, Dra. Melina Girardi Fachin, em 12 de setembro de 2025.
A democracia brasileira se constrói diariamente, com árduo esforço, honrando o legado sonhado pela Constituinte. Quando posta em xeque pela intolerância, violência e discriminação, precisa ser defendida por pessoas e instituições, sem abrir brechas para os autoritarismos à espreita.
Quando um homem se sente livre para entrar no Prédio Histórico da UFPR e agredir a diretora, que representa todos os professores, servidores e estudantes, o ataque não é apenas contra ela. Para além da Faculdade de Direito, o ato atinge juristas, defensores de direitos humanos e toda a sociedade.
Manifestamos nossa absoluta solidariedade e oferecemos nosso suporte neste momento delicado. Que possamos pavimentar caminhos seguros para garantir a dignidade, a igualdade e as liberdades sonhadas pelo Estado Democrático de Direito.”