Querem mexer no PIX, uma ‘instituição’ nacional

Martha Feldens
ponto de vista novo PIX tarifaço de Trumpo

Na esteira do tarifaço do Trump, desencadeado a pretexto de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro de uma suposta perseguição da Justiça brasileira, o Escritório de Representação Comercial dos Estados Unidos fez uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil que estariam prejudicando as empresas norte-americanas. E o nosso PIX, meio de pagamento eletrônico 100% brasileiro e praticamente uma instituição nacional, aparece no relatório dessa investigação como um concorrente desleal de meios criados pelas big techs. Aí entram o WhatsApp Pay e o Google Pay. por exemplo. O nosso PIX, gente.

O relatório tem uma série de queixas contra o Brasil. Inclui até a famosa Rua 25 de Março, em São Paulo, a rua do comércio de produtos que vêm da China. Diz que esse comércio é prejudicial às marcas dos Estados Unidos, porque vende produtos falsificados e aí o Brasil seria responsável por não garantir a proteção das marcas.

A 25 de Março de São Paulo se proliferou pelo país inteiro e Curitiba não fica de fora. O centro da nossa capital está cheio de lojas com produtos chineses.

O relatório ainda critica nossa Lei Geral de Proteção de Dados e traz várias outras coisas queixas, mas mais ligadas ao comércio bilateral. No que diz respeito ao nosso dia a dia, o PIX e as lojas dos produtos chineses são as mais próximas.

Se a grande massa da população ainda não estava mobilizada contra a ingerência dos governo dos Estados Unidos, eles que experimentem deixar o brasileiro sem o PIX e os badulaques.

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