
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto (PSD) informou ao blog nesta quarta-feira (1) que uma equipe de sua pasta está verificando junto a farmácias de manipulação a possibilidade que elas produzam emergencialmente Etanol puro 100% para usar como antídoto à intoxicação por Metanol, se o Paraná também também for afetado pela distribuição de bebidas adulteradas que vem ocorrendo em São Paulo. O Etanol Puro 100% não é um produto encontrado facilmente e é o único antídoto disponível no país.
“Nossa equipe está procurando hoje, inclusive, grandes farmácias magistrais, que manipulam medicamentos, fitoterápicos, por exemplo. Quem sabe alguém pode ter condição de formular um etanol puro de 100% para tentar fazer um contraponto disso”, admitiu Beto Preto. “Pode ser injetado de maneira endovenosa, diluído. Agora, não é fácil. O medicamento que existe nos Estados Unidos é o Fomepizol, acho que é esse o nome, sequer foi submetido a avaliação no Brasil para ser aprovado na Anvisa. É algo que não é feito para ter na farmácia da esquina.”
O Paraná, porém, ainda não registrou nenhum caso de problema de saúde por ingestão de bebida adulterada com metanol. Um caso de tentativa de suicídio com metanol, porém, foi registrado e estava em observação no Hsopital Marcelino Champagnat, segundo o secretário.
Beto Preto entende que o país enfrenta um “crime sanitário” e está “diante de um sinistro, de um evento agudo que não tem como tratar de maneira correta. O metanol tem 20, 25 vezes mais potência para atingir as enzimas do fígado, por isso que ele mantém o estado de embriaguez. No começo, nas primeiras horas, as pessoas acham que estão embriagadas. Só que esse estado de embriaguez não passa quando tem uma grande ingesta e ele acaba evoluindo com perda da consciência, com tontura, visão turva, dificuldade da marcha, até dilatação das pupilas, é muito tóxico. Às vezes, o paciente tem que ir até para a diálise imediatamente”, disse.
A própria secretaria já havia emitido um alerta mais cedo e o secretário ainda reforçou. “É importante procurar o serviço de saúde, porque daí, minimamente, o serviço de saúde vai, com o que tem à mão, tentar manter os sinais vitais destes pacientes”.
Embora reconheça que “a situação é grave, o secretário disse que não há motivo para pânico. “Não é uma demanda obrigatória, que você vai sair de casa hoje e vai tomar uma dose de um destilado qualquer em qualquer lugar. Isso não vai acontecer. Mas sempre agora tem que se interessar por saber a procedência das bebidas. Não vamos fazer caças bruxas em cima de bares, restaurantes, hotéis, nada disso. Festa, churrasco, nada disso. Nós precisamos apenas levar a melhor informação”, concluiu.
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