
Não teve liminar, não adiantaram os discursos contrários: o atual presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, se colocou como candidato a presidente da comissão mais importante da casa na próxima legislatura – a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e ganhou tranquilo. Teve 8 votos a favor e 4 contra, num acordo que envolveu muita gente e passou pelo crivo do governo. E Traiano assume a CCJ em fevereiro do ano que vem, mostrando que segue com força no Legislativo.
E o que argumentam os contrários à eleição de Traiano para o principal cargo na comissão que decide se um projeto de lei segue tramitando no Legislativo? Que ele, por ter confessado ao Ministério Público que recebeu suborno de uma empresa que faria a operação da TV Assembleia, não seria adequado para uma função como essa. Traiano chegou a fechar um acordo com o Ministério Público: confessou o suborno e devolveu o dinheiro, em troca de não ser processado.
O deputado Luiz Fernando Guerra, do União Brasil, um dos que foram à Justiça para tentar evitar que Traiano fosse o eleito, falou que essa eleição “talvez macule” a imagem do Parlamento e se colocou como candidato. Marcio Pacheco, do PP, também. E Renato Freitas, do PT, que foi quem trouxe à tona o acordo de Traiano com o Ministério Público, também concorreu. Mas a vitória de Traiano já estava garantida.
No seu discurso após eleito, Traiano disse que vai atuar “como um magistrado” na CCJ. Lembrou os seus onze mandatos consecutivos como deputado estadual e pediu respeito a sua história.
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