
A fusão entre a precisão japonesa e os sabores intensos do Peru vem conquistando espaço nas cozinhas brasileiras. A gastronomia nikkei, nascida da adaptação dos imigrantes japoneses ao solo peruano, cresce nas principais capitais do país, como São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, encantando o público com pratos que equilibram técnica e alma.
De tiraditos a ceviches reinventados, a cozinha nikkei ganhou nova força nos últimos anos, impulsionada pela ascensão da gastronomia fusion e pelo reconhecimento internacional de chefs como Gastón Acurio e Micha Tsumura. No Brasil, restaurantes autorais como o Nuu Nikkei, em Curitiba, o Kinjo, no Rio e em Brasília, e o Isoj, em Porto Alegre, dão novos contornos à tradição, incorporando ingredientes locais ao repertório andino-japonês.
O chef Carlos Alata, à frente do Nuu Nikkei, é um dos expoentes desse movimento. Seu menu mescla influências nipônicas e latinas com ousadia e respeito. “Não é só uma mistura de sabores ,é um diálogo entre culturas. Cada prato conta uma história”, afirma o chef, que aposta em combinações como tiradito de polvo com ponzu e azeite de pimenta amazônica, mantendo a delicadeza oriental com um toque brasileiro.
Embora o Brasil abrigue a maior comunidade nikkei fora do Japão desde o início do século XX, foi só recentemente que essa fusão começou a ganhar paladares por aqui. A crescente valorização de cozinhas de identidade e o desejo por experiências sensoriais autênticas vêm acelerando essa mudança.
Para estudiosos como Ricardo de Amorim Cini, professor da PUCPR, a expansão da cozinha nikkei carrega também um compromisso cultural: “É essencial reconhecer as raízes dessa culinária e respeitar as histórias de migração e resistência que ela representa.”
Mais do que tendência, a cozinha nikkei se firma como linguagem gastronômica de encontros e significados. E, ao que tudo indica, esse diálogo entre Japão, Peru e Brasil está só começando.
via assessoria