A Companhia de Dança Deborah Colker comemora seu trigésimo aniversário com o
novo espetáculo “Sagração”, apresentado pelo Ministério da Cultura e do Instituto
Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura Lei Rouanet, Ministério da
Cultura e Governo Federal União e Reconstrução. Nessa versão, a música clássica de
Stravinsky encontra ritmos brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais
sobre a origem do mundo. Ao longo dos 30 anos a companhia já realizou mais de duas
mil apresentações, em mais de 100 cidades, de 35 países, totalizando um público de
cerca de 4 milhões de pessoas.
Após sua estreia no Rio, a Companhia embarca para o Sul do país e a primeira parada é
na Mostra Lucia Camargo, do 32º Festival de Curitiba. As apresentações serão no
Guairão, dia 6 de abril às 20h30 e dia 7 de abril às 19h. Os ingressos estão disponíveis
no site oficial www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria física no ParkShoppingBarigüi (piso
térreo).
“Ao longo desses anos, assistimos e participamos de muitas transformações na
cultura, na política e na economia. Chegamos até aqui porque temos este espírito de
evolução, que é um tema muito precioso para o novo espetáculo”, avalia o diretor
executivo João Elias, que em 1994 fundou a companhia de dança com Deborah Colker.

O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre
adaptação de “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky,
que ganhou projeção mundial pela montagem estreada em Paris em 1913, com
coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A
composição musical é considerada revolucionária por introduzir estruturas rítmicas e
harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.
“Quando decidi recontar esse clássico, pensei que teria de ser a partir da cosmovisão
de povos originários do Brasil”, lembra Deborah, que também é pianista. “Stravinsky foi
responsável por pontos de ruptura e provocação entre o erudito e o primitivo. ‘A
Sagração da Primavera’ representa esses pontos de evolução da humanidade”.

Foi em uma viagem para o Xingu, durante o Kuarup, e no encontro com as aldeias
indígenas Kalapalo e Kuikuro, que Deborah conheceu Takumã Kuikuro. O cineasta
contou à ela como o povo do chão recebeu o fogo do Urubu Rei. Essa história é
dançada e acompanhada por narração do próprio Takumã e faz parte da coleção de
cosmogonias que a diretora reuniu para montar a dramaturgia do espetáculo.
“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, conclui
Deborah, que, na companhia de Nilton Bonder, revisitou a mitologia judaico-cristã. Do
livro “Gênesis”, as passagens sobre Eva e a serpente e sobre Abraão ganham cenas que
destacam momentos de ruptura. “São dois mitos que elaboram sobre a consciência
humana: pela autonomia de uma mulher que desperta para caminhos interditados e
transgride; e de um homem que sai da sua casa e cultura em direção a si mesmo”,
destaca o dramaturgo. Além das alegorias bíblicas, a coreógrafa também buscou
referências na literatura científica.
“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens sapiens que, assim como
outros seres, precisa se adaptar constantemente”, pontua Deborah, destacando a
presença das personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no
espetáculo. “Nossa dramaturgia é feita da poesia presente em mitos e teorias que
pensam a existência da vida em nosso planeta”. A coreógrafa, em parceria com o
diretor musical Alexandre Elias, introduziu à partitura instrumental de Stravinsky a
sonoridade pujante das florestas e ritmos brasileiros.
Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos
acordes de instrumentos de orquestra, o diretor musical adicionou flauta de madeira,

maracá, caxixi e tambores. Os paus de chuva também entram em cena no arranjo
executado ao vivo pelos bailarinos. Para Alexandre Elias, “foi um privilégio trabalhar
profundamente na estrutura da obra”

Criação, Direção e Dramaturgia
DEBORAH COLKER

Direção Executiva
JOÃO ELIAS

Direção Musical
ALEXANDRE ELIAS

Direção de Arte
GRINGO CARDIA

Dramaturgia
NILTON BONDER

Figurinos
CLAUDIA KOPKE

Desenho de Luz
BETO BRUEL

Fotografia
FLÁVIO COLKER

Produção Local
ORTH PRODUÇÕES

Sagração no 32.º Festival de Curitiba
Guairão ( Praça Santos Andrade, s/n)
Dias 6/4 às 20h30 e 7/4 às 19h.
Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria física exclusiva no ParkShoppingBarigüi –
piso térreo – (Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 600 – Ecoville), de segunda a sábado, das 10h
às 21h, e, domingos e feriados, das 12h às 20h.

via assessoria