
A Prefeitura de Campina Grande do Sul decretou, na quarta-feira (13), o lockdown. O termo, de origem inglesa, corresponde ao método mais radical imposto por governos para que as pessoas cumpram a prática de distanciamento social. No município, a medida é válida, especificamente, para as localidades do Capivari (Barragem), Ribeirão Grande e Jaguatirica.
O lockdown é, de acordo com o Ministério da Saúde, o nível mais alto de segurança e pode ser adotado em situação de grave ameaça ao Sistema de Saúde, sendo eficaz para redução da curva de casos e dar tempo para reorganização do sistema em situação de aceleração de casos e óbitos.
A medida tem por objetivo a contenção do avanço descontrolado da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), nas localidades citadas, pelo prazo determinado de 15 dias, podendo ser prorrogado de acordo com a situação epidemiológica do município.
A iniciativa restringe a circulação de pessoas, exceto para compra de alimentos, medicamentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, bem como para comparecimento ao trabalho, consultas médicas ou realização de exames médicos, nos casos de problemas de saúde inadiáveis. O recurso possibilita também que a população com mobilidade restringida possa realizar operações de saque e depósito de dinheiro. Nos casos permitidos de circulação de pessoas é obrigatório o uso de máscara.
O lockdown instituído na região do Capivari, Ribeirão Grande e Jaguatirica restringe também a atividade comercial de alguns estabelecimentos, tais como mercados, supermercados e similares, agropecuárias, farmácias, serviço funerário, transporte coletivo de passageiros – inclusive serviços de táxi e transporte remunerado privado individual, distribuidoras e revendedoras de gás, panificadoras, postos de gasolina, comércio de prestação de serviços essenciais e fornecimento de alimentação, localizados às margens da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116).
O decreto foi assinado e publicado pelo prefeito BIhl Zanetti, um dia após mãe e filha, de 84 e 64 anos de idade, respectivamente, irem a óbito nesta terça-feira (12), devido a complicações provocadas pela COVID-19. As duas eram moradoras na localidade da Jaguatirica. Elas estavam internadas desde a semana passada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Nossa Senhora do Rocio, na cidade de Campo Largo, local para onde por determinação do estado, são encaminhadas as pessoas com necessidade de internamento na Grande Curitiba, após detecção da doença.
Uma outra paciente, também filha da vítima de 84 e irmã da mulher de 64 anos, está hospitalizada em estado grave, respirando com ajuda de ventilação mecânica. Ela tem 58 anos de idade e é também residente na Jaguatirica.
Ainda neste caso, o marido da paciente morta, após exame realizado, testou positivo e encontra-se isolado em sua própria residência. O homem, de 54 anos, estava até poucos dias na região do Vale do Ribeira, onde trabalhava. A suspeita é de que ele tenha contraído lá o vírus e então, servido como vetor para familiares.
A nora do casal, uma jovem de 23 anos, moradora do Jardim Paulista, também teve comprovado o contágio com o vírus, mas sem manifestar a doença. Mesmo assim, ela permanece em absoluto distanciamento social em sua casa.
Em Campina Grande do Sul, o número de casos confirmados do novo coronavírus foi de sete para 12, em pouco mais de uma semana. Informação confirmada pelo boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), nesta quarta-feira (13).