rota das lavandas
Campo de lavanda na Rota das Lavandas (Foto: IDR-PARANÁ)

O turismo rural é uma das áreas que mais avança no Paraná nos últimos anos. Só a Rota da Lavanda, na Grande Curitiba, já recebeu em três anos 255.900 visitantes e apresentou uma renda bruta de R$ 13,2 milhões. Esse recurso foi dispendido pelos turistas em visitas guiadas, restaurantes, cafés e lojas com produtos à base de lavanda.

Há três anos Jacir Wiezbicki conseguiu realizar um sonho antigo: viver na área rural. Ele deixou o trabalho como empresário em Campo Largo, para se instalar na localidade onde nasceu e cresceu, na Colônia Cristina, em Araucária.

Jacir fez algumas mudanças na propriedade que herdou da família e criou o Recanto das Lavandas, um espaço para receber turistas. A decisão foi acertada. Pelo menos 1.200 pessoas, mensalmente, passam o fim de semana no Recanto.

Jacir integra a Rota das Lavandas que movimenta produtores em todo o Estado. Criada em 2022 a rota conta com seis propriedades cadastradas, outras sete devem entrar no circuito ainda este ano. Em 12 meses (abril/2024 a abril/2025), 103.738 visitantes geraram R$ 6,1 milhões nas propriedades que integram o circuito. Uma renda considerável, levando-se em conta a área diminuta cultivada com lavanda, de 12,5 hectares.

Além das propriedades, o roteiro também inclui um espaço no Museu Dinâmico Inter Disciplinar (MUDI), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde o visitante pode fazer uma prática de implantação de lavandário ou aprender a produzir mudas de lavanda.

Caminhadas também mostram força

Outro projeto que mostra a força do turismo rural é o das Caminhadas na Natureza, que já possui 126 circuitos cadastrados em 84 municípios do Estado. O número de caminhantes, em 2024, chegou a 48.352 pessoas e o valor comercializado durante a realização das caminhadas chegou a R$ 1,44 milhão. Em média, cada caminhante gastou R$ 29,92, na compra de serviços ou produtos elaborados pelas 1.011 famílias que têm propriedade nos roteiros das caminhadas. Porém, esse valor varia de acordo com a localidade.

A região de Curitiba concentra o maior número de circuitos no Paraná, 31 ao todo, e de caminhantes, 20.215. Entretanto, quando se observa a renda média gerada, por família, o Interior ultrapassa a Capital. Nos roteiros da região de Paranavaí, cada família recebeu R$ 3.637,50 com as caminhadas. Em seguida estão Cianorte (R$ 2.954,54), Londrina (R$ 2.849), Ivaiporã (R$ 2.527,86 ) e Apucarana (R$ 1.779,16). Curitiba fica em nona posição, com a geração de R$ 1.580 por família, em média.

A região de Irati é a que apresenta o maior gasto médio por caminhante, R$ 65,67. União da Vitória (R$ 61,97), Paranaguá (R$ 53,23), Londrina (R$ 48,86) e Ivaiporã (R$ 45,87) vêm a seguir. Além dos caminhantes, há um número significativo de ciclistas que percorrem os roteiros criados pelo IDR-Paraná.

O diretor presidente do Viaje Paraná, órgão de promoção do turismo no Estado, Irapuan Cortes, também destaca a importância do turismo rural para o setor no Estado. “O turismo rural é muito importante no nosso estado porque temos diversas rotas estruturadas. Essas rotas integram nosso Portfólio de Destinos e Produtos Turísticos, elaborado pelo Viaje Paraná justamente para orientar sobre roteiros estruturados do turismo rural”, destaca.

A coordenadora do Turismo Rural do IDR-Paraná, Terezinha Buzanello, acredita que há muito a fazer na área de Turismo Rural e Agroturismo. “É preciso intensificar ações de qualificação dos produtores, para ampliar a oferta de experiências do agroturismo”, ressalta.

O sucesso da Rota das Lavandas levou o IDR-Paraná a criar outros roteiros turísticos no Estado como a Rota do Queijo, cujos produtores participantes estão sendo capacitados. Ainda este ano a Rota da Erva Mate e a Rota da Uva e do Vinho devem ser oficializados. Estão em estudo outros projetos como a Rota do Morango, a Rota dos Orgânicos e um roteiro de Turismo Técnico-Científico. Neste último, o visitante poderá percorrer propriedades que são modelo em alguma prática agrícola.