prato com salada colirida, ovos e alimentos saudáveis.
Créditos – Anh Nguyen Unplash

Na semana passava vimos como a genética pode ativar ou silenciar alguns genes (aqui). Hoje vamos entender como ela ajuda a melhorar nossa alimentação nesses casos. A nutrição de precisão está revolucionando a forma como cuidamos da saúde. Com base no DNA, é possível desenvolver estratégias alimentares personalizadas que ajudam a prevenir doenças e promover o bem-estar a longo prazo.

Variações nos nossos genes — conhecidas como polimorfismos — afetam a forma como metabolizamos gorduras, carboidratos, vitaminas e até substâncias como a cafeína. Esses fatores influenciam diretamente o risco de desenvolver condições como diabetes tipo 2, hipertensão, inflamações crônicas e distúrbios do metabolismo lipídico.

Com o mapeamento genético em mãos, nutricionistas podem propor intervenções alimentares que compensam essas vulnerabilidades. A seguir, veja exemplos práticos:

1. Diabetes Tipo 2 e o Gene TCF7L2

Pessoas com variantes nesse gene têm dificuldade em regular a insulina.

Estratégia alimentar:

  • Reduzir a carga glicêmica da dieta
  • Aumentar o consumo de fibras solúveis
  • Apostar em frutas vermelhas e ômega-3

2. Hipertensão e sensibilidade ao sal (Genes AGT e ACE) nutrição baseada no DNA

Certos genótipos elevam a retenção de sódio e a pressão arterial.

Estratégia alimentar:

  • Redução drástica do sódio
  • Maior ingestão de potássio, magnésio e antioxidantes
  • Dieta DASH personalizada

3. Metabolismo de gorduras (Genes APOE e FADS1)

Algumas variantes dificultam o metabolismo lipídico.

Estratégia alimentar:

  • Evitar gorduras saturadas
  • Usar azeite extravirgem
  • Priorizar ômega-3 de boa biodisponibilidade
  • Moderação no consumo de ovos e laticínios (se necessário)

4. Detoxificação e risco de câncer (Genes GSTM1, GSTT1, CYP1A2)

Certos polimorfismos reduzem a eficiência na eliminação de toxinas.

Estratégia alimentar:

  • Incluir vegetais crucíferos como brócolis e couve
  • Consumir compostos bioativos como sulforafano
  • Reduzir a cafeína (para variantes lentas em CYP1A2)

5. Inflamação crônica (Genes IL-6, TNF-α, FTO)

Variações nesses genes aumentam a produção de substâncias inflamatórias.

Estratégia alimentar:

  • Dieta anti-inflamatória rica em fitoquímicos
  • Uso de cúrcuma, gengibre e alimentos epigenéticos
  • Controle do índice glicêmico

6. Controle de peso e saciedade (Genes FTO e MC4R)

Algumas pessoas têm maior fome e menor sensação de saciedade.

Estratégia alimentar:

  • Fracionar refeições ao longo do dia
  • Priorizar proteínas magras e fibras
  • Hidratação constante e apoio comportamental

Alimentação inteligente começa com nutrição baseada no DNA

A nutrição baseada no DNA já é uma realidade clínica e científica. Ao conhecer seus pontos genéticos fortes e fracos, você pode seguir um plano alimentar mais eficaz, com mais adesão e menos riscos à saúde.

Seu DNA pode indicar riscos. Sua alimentação pode indicar soluções. Gostou do conteúdo? Compartilhe com quem precisa saber dessas informações!

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