Epigenética nutricional: como a alimentação pode ativar ou silenciar genes

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Imagem ilustrativa célula dna humano

Creditos: Pyxabay

Você já ouviu falar em epigenética nutricional? Essa área fascinante da ciência mostra que os alimentos que você consome diariamente têm o poder de ativar ou silenciar genes — influenciando diretamente sua saúde. Ou seja, suas escolhas alimentares podem interferir na forma como os genes se expressam, mesmo sem alterar o DNA.

Isso significa que, mesmo com predisposição genética para doenças como diabetes, hipertensão, câncer ou obesidade, é possível reduzir esses riscos por meio de uma nutrição estratégica e consciente.

O que é epigenética nutricional?

A epigenética nutricional estuda como nutrientes e compostos bioativos presentes na alimentação interagem com o material genético e regulam a expressão gênica. Três mecanismos principais fazem parte desse processo:

1. Metilação do DNA

Nesse processo, grupos metil são adicionados ao DNA, silenciando a atividade de determinados genes. Nutrientes como folato, vitamina B12, colina e betaina são fundamentais para essa ação. Uma alimentação rica nesses elementos pode silenciar genes pró-inflamatórios e até mesmo genes relacionados ao câncer.

2. Modificação de histonas

As histonas são proteínas que organizam o DNA. Quando sofrem modificações, alteram a acessibilidade dos genes à leitura celular. Compostos como o resveratrol (presente no vinho tinto), a curcumina (encontrada no açafrão-da-terra) e o ácido butírico (produzido pela fermentação de fibras no intestino) influenciam esse processo. Dietas com esses compostos bioativos podem neutralizar padrões inflamatórios prejudiciais.

3. Regulação por microRNAs (miRNAs)

MicroRNAs são moléculas que impedem a produção de proteínas específicas, interferindo na expressão de certos genes. Fitoquímicos presentes em alimentos como brócolis (sulforafano), cebola e maçã (quercetina), e chá verde (EGCG) modulam esses microRNAs e impactam positivamente o metabolismo e a inflamação.

Exemplo prático: modulando o risco genético

Indivíduos com predisposição genética ao câncer podem apresentar genes que favorecem a proliferação celular. Com uma alimentação rica em vegetais crucíferos (brócolis, couve, repolho), frutas vermelhas, fibras e especiarias como a cúrcuma, é possível modular a expressão de genes responsáveis pela apoptose e pelo controle do ciclo celular — reduzindo o risco de desenvolvimento da doença.

Como aplicar a epigenética nutricional no dia a dia?

Conclusão: alimente-se com inteligência genética

A epigenética nutricional prova que você não está limitado ao seu código genético. Com escolhas alimentares estratégicas, é possível ativar genes protetores e silenciar genes associados a doenças crônicas. Adotar uma dieta rica em nutrientes e compostos bioativos é um passo essencial para uma vida mais saudável e equilibrada.

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