
Hugo, adulto, preto, à espera de adoção há dois anos Foto: Maigue Gueths
Hoje é dia do vira-lata. Ou animal sem raça definida, SRD, podem ser cães e gatos. Ou guapeca e vira-lata caramelo (no caso de cães). A data desperta a atenção para esses animais que são a maioria dos abandonados no país. Conversamos com a protetora independente de Curitiba, Maigue Gueths, que já foi tutora de cães de raça (cocker e basset) para saber o que ela observou de diferente entre cães SRD e de raça durante os 17 anos de atuação na proteção animal na capital paranaense. Após o resgate dos cães e providências para uma adoção responsável, ela costuma manter alguns deles provisoriamente em sua casa, juntos aos seus que hoje são sete, todos vira-latas. Atualmente ela tem em casa, onze cães para adoção, sendo dois deles pequenos e de raça.

Maigue avalia que os vira-latas costumam ser em sua maioria mais resistentes em questões relacionadas à saúde, já que passaram por cruzamentos aleatórios. E estariam menos suscetíveis a doenças genéticas e hereditárias como é o caso de algumas raças. “São mais fácil de cuidar e menos estressados que alguns de raça. Mesmo assim são preteridos na hora da adoção. Cães de raça são adotados muito mais rápido”, analisa.
Sobre a adoção dos vira-latas ela pondera que os filhotes têm mais chances de serem adotados, isso vale para SRD e de raça. A preferência é por cães pequenos e peludos. Adultos são mais difíceis, principalmente se forem de porte médio ou grande. “Os adultos caramelo ou de cor preta têm ainda mais dificuldades de encontrar um lar”, conta. É o caso dos irmãos Hugo e Ziza, que estão com ela para adoção há dois anos.

Vale lembrar que a avaliação do adotante segue igualmente criteriosa, independente da raça. A mesma entrevista é feita para ambos, levando sempre em conta o que é melhor para o animal. “Para isso o adotante tem que comprovar condições de manter um animal de estimação. É feita uma entrevista e até mesmo visita à residência se for necessário”, explica a protetora. Os vira-latas precisam dos mesmos cuidados e atenção.

O Juca, um SRD peludo e simpático, de porte grande passou dois anos em um hotel, depois desse período sem despertar o interesse de ninguém para adoção e sob a tutela da Maigue, ela resolveu levá-lo para casa, ainda temporariamente. Afinal, nenhum cachorro ou gato merece viver em hotel pelo resto da vida, não é mesmo? Infelizmente, as protetoras não podem assumir todos os cães e gatos abandonados. Sendo importante para isso abrir o coração e pensar na adoção dos SRD ou até mesmo em lar temporário, tão importante.
Quem se interessar, pode conhecer os cães para adoção da Maigue e de outras protetoras, aos sábados, na Cobasi Barigui. Ou no insta @patassemfroteiras e @maigueths