Eu moro na rua. Mas tenho um amigo inseparável!

Redação Bem Paraná

O Nego, que é branco
O cachorro branco, bem cuidado me chama a atenção. Lógico, paro para fazer um carinho. Em seguida, a Ana aparece. Estamos na frente do Bar do Xixo, tradicional reduto de “coxas”, no Juvevê, em Curitiba. Por acaso é quinta-feira, dia de jogo do Coritiba com o Fluminense no Couto Pereira.

Pergunto desde quando ela está com o bichinho. Ela responde desde que ele foi abandonado por um guardador de carros. Na minha inocência, pergunto se ela o leva para casa. Ana me diz que mora na rua. Mas que o Nêgo, nome que ela o chama, apesar de ser branco, é o primeiro a se aconchegar quando ela estica o cobertor. Aponta para o saco preto onde está o acampamento de todas as noites.
O cachorro passa bem. Costuma ganhar picanha e alcatra por onde passa. “Não gosta de ração”, comenta a Ana. Os meninos na rua sempre perguntam: o que o bicho comeu hoje? E ela responde: Picanha! E emenda: ” Não gosto de carne, prefiro saladas”, conta.

Vive bem este Nêgo branco. Melhor a Ana, que mesmo sem casa tem um amigo inseparável para dividir as noites de inverno curitibano!