Achar uma diarista de confiança é tarefa árdua. Alguém para confiar as suas chaves, sair sem receio de casa com a certeza de que na volta tudo estará no lugar e limpo (ou quase) é uma tranquilidade. Se esta pessoa tratar seu cachorro como um “filho”, que inclui brincar e mimar, então é meio que acertar na loteria. Coisa rara.

A Maria é isso e muito mais. Ela gosta de cachorros. Da minha em especial. Nunca vi tanta felicidade em um bicho ao encontrar alguém. Nem as festinhas para mim, após dias de viagem, são tão eufóricas.

O melhor de tudo é encontrar um bilhete da Maria em cima da mesa com a seguinte mensagem. “Que bom ela estar aqui, estava com muitas saudades”. É, o que importa se ela não teve tempo de limpar o vidro da janela ….

Parte 2 – História real e triste

Este espaço nasceu com a proposta de contar histórias felizes e divertidas. Uma vez que existem vários canais de denúncias de maus-tratos de animais, que considero importantíssimos, afinal graças a eles a sociedade se mobiliza e começa dar a importância para o assunto e exigir mudanças na lei para penalizar com mais efetividade quem comete crimes contra os animais.

Não pude deixar de relacionar a história que contei acima com o caso que ouvi de um casal de amigos. O relato foi contado por alguém envolvido na história. Me deixou perplexa tamanha barbaridade. Não fiz questão de saber detalhes, pois a maldade humana ainda me deixa horrorizada. E me fez refletir ainda mais sobre a sorte que tenho em ter a Maria na minha casa.

Não siga em frente, caso não queira saber algo terrível. 

O dono da yorshire esqueceu algo em casa e resolveu voltar. Era o dia da faxineira, que foi trabalhar com o filho, uma criança. Ao chegar em casa, estranhou que a cachorrinha não o fosse receber.

Ele a encontrou embaixo da cama. Toda machucada, cheia de sangue. Não pensou duas vezes. Levou correndo a york para a clínica veterinária. Estava com várias fraturas.Ele soube depois que a cachorra foi jogada pela janela do segundo andar. A mãe, para encobertar a atitude do filho, recolheu a cachorra e a escondeu embaixo da cama.

Apesar da falta de socorro imediato, a cachorrinha sobreviveu. Um milagre. O rapaz ter voltado para casa naquele dia me faz crer que existe uma forte ligação entre nós e nossos cães. Após quatro meses de tratamento, dois deles imóvel em virtude das fraturas, a york ainda recebe cuidados médicos e mais amor ainda, se é que isto é possível.