
Conforme prometido, aqui vai a segunda parte sobre as dicas de como viajar com os pets. Um relato de quem viveu na pele a experiência de viajar para a Itália com os dois gatos.
Ciao, amici!
Hoje trago detalhes de como foi a viagem em si e as companhias aéreas. Bom, trâmites burocráticos ok, vamos à passagem. Eu tinha duas possibilidades principais, saindo de Curitiba e chegando em Milão, na Itália: pela TAM, com voo direto de Gurarulhos, ou fazendo escala, com a Gol. Eu sabia que precisaria comprar o bilhete na classe intermediária, porque a classe econômica certamente ficaria muito apertado com as caixinhas dos gatos, já que eu fiz questão de levá-los comigo, na cabine. Meu irmão iria com um gato e eu, com outro – só é permitido um pet por pessoa.
Você tem duas opções quanto aos voos: levar seu pet com você, na cabine – mas para isso ele precisa cumprir algumas regras que variam de acordo com as companhias aéreas – ou no porão. Aqui você confere as exigências da LATAM e informações gerais de viagens com pets e aqui da GOL. Para complementar a pesquisa, trago aqui o site da TAP e da Azul.
Um requisito principal para seu pet viajar com você na cabine é o peso do animal. Para a LATAM, o animal de estimação + caixa de transporte ou canil precisa ter até 7 kg, já na Gol o máximo é de 10kg com a caixa. Na TAP, o permitido é até 8kg e na Azul, 10kg. Além disso, cada companhia aérea tem uma medida exata para a caixa de transporte em cabine. O que isso significa? Que ao comprar a sua passagem, você precisará comprar uma no modelo e tamanhos aceitos pela companhia. Na época, eu comprei pelo Mercado Livre da marca São Pet.
Como nada nesse processo é fácil, um dos meus gatos, o Simba, tinha 6,1kg e a caixa de transporte – que não varia muito – em torno de 1,3 kg. Ou seja, somando tudo daria 7,4kg. O que seria ok se eu quisesse voar pela Gol, mas teria que fazer mais trechos porque a cia não tem voo direto para Milão. Como eu queria voar direto – para oferecer menos sofrimento possível em número de horas voando e entre aeroportos, optei pela LATAM. Mas, Mayara, e os 400g a mais do Simba? Então…
Após a visita em alguns veterinários, assistir vídeos na internet, ouvir podcast, entendi que seria bem difícil fazer o Simba emagrecer – mas não era impossível. Exigiria de mim um esforço e dele, claro, também. Foram meses saindo com ele no quintal de casa, correndo com ele pra cima e pra baixo, colocando a comida em lugares que ele precisava se “mexer” pra comer e por aí vai. O processo foi longo – uns 3 meses antes de viajar ele não tinha emagrecido nada. Hahaha! Desespero definiu. Mas resolvi intensificar e, com a ajuda de quem morava comigo, deu certo. Embarcamos com ele tendo exatos 7kg.

Adapte o seu pet!
Além dos gramas que o Simba precisava emagrecer, fiz questão de adaptar ele e a Mulan à caixa de transporte para que eles sofressem o menos possível. Comprei as caixas, coloquei uma coberta deles dentro e deixei em um cômodo que eu tinha certeza que gostavam de estar na casa. Todos os dias, colocava comida para eles em um pote dentro da caixa. Com o tempo, eles acostumaram tanto que até passaram a dormir ali. Até hoje, depois da viagem, as vezes dormem dentro.
Frequentemente, eu os colocava na guia e tentava passear – o que não é fácil para gatos mais velhos, a pé e de carro, para que se acostumassem com o movimento. Outra dica que daria é que, no site da Gol, eles disponibilizam um áudio com o barulho da aeronave. Eu colocava todos os dias para que, quando chegasse no dia, fosse mais fácil.
Para adaptar ainda mais, comprei aqueles potes de água e ração retrátil para colocar comida dentro da caixa, durante o voo, e fui usando no dia a dia.

Tudo pronto, bora viajar?
Bom, gatos adaptados na medida do possível, documentação ok, chegou o dia do embarque. Corri bastante com eles pela casa pela manhã para que eles gastassem energia e bora para o aeroporto. Miados desde a entrada no carro, eles não imaginavam o que enfrentariam. Todas as etapas foram muito mais difíceis e cansativas porque o Simba é escandaloso e MUITO miador. Ele miou demais em todos translados (entradas e saídas de aeroportos e voos), menos dentro dos voos. Para minha surpresa, a parte do voo em si foi até que tranquila. Exaustiva, claro, já que saí do assento três vezes com cada gato para abrir eles no banheiro, colocar tapete higiênico, areia e deixar eles livres para fazer xixi. Fiz isso também no aeroporto tanto de Guarulhos, quanto de Milão… mas eles estavam assustados e fizeram bem pouco xixi. Em todo o momento, conversava com eles para acalmá-los, fazia carinho na medida do possível e pensava: “ok já foram duas horas, agora são duas horas a menos. Logo acaba”.
Um ponto negativo foi que no voo internacional tinha uma família com um cachorro SOLTO no banco da frente e isso nos deixou (eles e eu), muito mais nervosos e raivosos. Principalmente porque a família não cumpria as medidas de segurança básicas como deixar o pet DENTRO da caixa no assento – o que fiz sempre.
No voo nacional, paguei R$ 250 de taxas por gato e em Guarulhos, ao fazer check-in com eles, paguei €250 euros por pet (R$ 2800, no total, na época – só de taxa, valor extra da passagem). Chegando no aeroporto de Milão, miados a mil. Após pegar as malas, passamos pelo controle de pets – que foi tranquilo até demais (mal viram os gatos, só passaram o chip e olharam rapidamente a documentação – com aqueeela vontade italiana de trabalhar).
Ufa! Finalmente em terras italianas, partimos para nossa nova casa. As cobertas foram fundamentais para aquecê-los nas baixas temperaturas – já que saímos do Brasil no calor e chegamos com muito frio e até neve. Registrei eles na Anagrafe animali local e eles já têm até passaporte europeu.
Hoje, eles estão super bem e adaptados. Apesar de ter sido uma super função e investimento, valeu cada segundo e agradeço muito todo esforço que eu fiz durante quase um ano para tê-los felizes e aqui pertinho de mim nessa nova fase (tão especial) da minha vida!
E aí, você ficou com dúvidas?
Acesse o link da primeira parte; https://www.bemparana.com.br/publicacao/blogs/papopet/vou-mudar-de-pais-e-possivel-levar-meus-pets-comigo-2/
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Arrivederci e boa sorte
Mayara Duarte