É muito comum ouvir de alguns casais que o cachorro, antes xodó da casa, foi doado após o nascimento de um filho. Muitas vezes, a falta de disposição para encarar a maratona bebê versus cão é uma justificativa. Por outro lado, algumas famílias nem cogitam a hipótese de se desligar de seus amigos fiéis. É o caso da Carol e do Rafa.

“Pais” de duas poodles, Nani e Mainah, esta a caçula, o casal faz planos para o “terceiro filho”, como eles costumam dizer. O bebê será imediatamente apresentado às pequenas e vai ganhar logo uma lambida das duas “para criar anticorpos”, conta Carol. Uma tradição na família. Olha aí, outro assunto bacana para ser abordado em breve.

Para saber como lidar com a chegada de um bebê, conversei com o especialista em comportamental animal, professor da PUCPR e do Instituto de Saúde e Psicologia Animal (INSPA), Paulo Parreira.

Em quais casos é mais comum ocorrer problemas de adaptação?

No caso de o cão ser a atração principal da casa, com acesso livre e irrestrito a todos os cômodos. Atenção total! Mas, de uma hora para outra, quando a família “engravida”, passa a ser “persona non grata”. Fica proibido de ir aos locais usuais e em muitos casos é colocado para dormir fora de casa.

O que fazer nestes casos?

O dono deve ter em mente que o animal já tem uma rotina e que todo esforço deverá ser feito para que esta não seja alterada de maneira significativa. Obviamente, que a chegada de um bebê altera e muito a rotina da casa, mas o cão deve fazer parte desta mudança. Se for um animal saudável e equilibrado, deve acompanhar a decoração do quarto, sentir o cheiro dos móveis e roupas novas, enfim, estar integrado à família, como sempre esteve.

E após o nascimento?

O bebê deve ser apresentado ao cão, tendo o cuidado com pulos ou latidos excessivos. Desta forma, uma parceria longa e feliz pode ser construída, com algumas lambidas de ambas as partes!