
Cláudia Ribeiro, colaboração para o blog Papo Pet
Acompanhe, a partir de hoje, uma série em homenagem ao cãozinho que pode se transformar por lei em “Manifestação Cultural Imaterial do País”, o vira-lata Caramelo.
Vamos contar quatro histórias de adoção que vão te emocionar e, quem sabe te motivar a se tornar um futuro tutor de um amarelo.

Começamos pela jornalista Ana Flávia Silva, que resgatou um caramelo, em março de 2021. Frequentemente visto perambulando pelas ruas do bairro Pilarzinho, em Curitiba, recebeu dos moradores o nome de “Parceiro”. Um cão de grande porte, hoje com mais de 30kg, mas que, quando ela resolveu levar para casa, para uma espécie de lar temporário, pesava apenas 19kg.
“Ele tinha medo de tudo e de todos (quem sabe o quanto já sofreu na vida?). E logo que resgatei, descobri que tinha uma série de problemas de saúde: bronquite, anemia e até cinomose. Ficou internado por quatro dias em leito isolado. Recebeu alta e seguiu com cuidados especiais: inalação, colírio, alimentação fracionada, para não passar mal. Se recuperou super bem”, conta.
Um mês depois, começou a ter problemas de mobilidade. Em poucas semanas, perdeu completamente os movimentos das patas traseiras e o domínio da urina e das fezes. Passou a usar fraldas e se arrastava para se locomover. “Tentamos adaptar uma cadeira de rodas, mas ele não conseguiu. Foi quase um ano de muita luta”, relembra a tutora.
O tratamento foi lento: começou com sessões de fisioterapia e acupuntura e, finalmente, com hidroterapia, que, na opinião de Ana Flávia, foi essa técnica terapêutica a responsável pela recuperação. “De repente, ele voltou a levantar o quadril. Mais algumas sessões e começou a trocar alguns passos. Voltou a andar após quase um ano sem movimentos”.
Como a tutora já tinha três gatos e outro cachorro, mais velho, que não aceitava um “novo inquilino”, ela buscou uma família para adotá-lo. Pelo histórico de saúde, ela não encontrava ninguém interessado.
No ano passado, resolveu levá-lo para uma chácara, que é abrigo e pet hotel. “Pagava aluguel para ele viver lá (e ele ficou super bem). Ganhou peso, voltou a caminhar melhor e fortaleceu a musculatura. No fim do ano, uma família se interessou por ele e levou-o pra casa. Foi uma grande emoção”, continua.
O problema foi que não se adaptaram, em razão da falta de controle da urina e das fezes, que ele não recuperou com os tratamentos. “Embora a família fosse super amorosa, não conseguiu aliar a rotina da casa aos cuidados necessários”, diz.
A essa altura, Ana Flávia não queria mais ficar longe do caramelo e optou por instalar o cão na casa dos pais dela, com um quintal espaçoso para que ele pudesse brincar. “Isso foi há menos de um mês. Vejo ele todo fim de semana e é sempre uma festa quando chego por lá.
Agora ele é nosso e ponto final ️”, reforça.
Aliás, o antigo “Parceiro” foi rebatizado como “Caramelo”.
E o que Ana Flávia aprendeu com tudo isso?
“Nosso Caramelo me ensinou sobre resiliência, amor, cuidado e desprendimento. Ele me resgatou!”
