A polêmica morte da pit bull Pandora

Redação Bem Paraná

Recebi nesta segunda-feira (1/4) o email abaixo sobre a morte de uma pit bull no Alto Boqueirão, em Curitiba. A Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC) assina o comunicado que envolve a história de uma criança, vítima da mordida do cão, e a morte do mesmo após a captura pela Guarda Municipal de Curitiba.

Leiam e reflitam. Seja quem for o culpado desta história, ou os culpados, temos de qualquer forma, como bem diz o texto da SPAC, duas vítimas: o menino, que sobreviveu, e a Pandora, morta durante a captura. Sorte que a criança escapou viva, dependendo do lugar da mordida, o acidente poderia ser fatal. Casos com pit bull sempre ganham enorme repercussão. Uma pena, pois isto só aumenta o preconceito em relação à raça.

Lembro que no Paraná, os hospitais atendem mais de 100 vítimas de mordida de cão por dia. Só em 2011 foram mais de 37 mil atendimentos registrados pela Secretaria de Saúde do Estado. Normalmente, as vítimas chegam à unidade de atendimento médico com lesões em áreas nobres, como a face e a cabeça.

Por minha conta acrescento: a culpa jamais será do pit bull e qualquer outra raça de cachorro. Eles são sempre vítimas da ignorância e irresponsabilidade de seres humanos despreparados para ter um animal. E neste caso, em lidar com este animal.

O email da SPAC.

“Hoje procuramos levantar informações sobre as circunstâncias que levaram a triste morte da cadela Pandora da raça pit bull na data de ontem, 31 de março de 2013, em Curitiba.

Temos recebido muitos comentários com acusações a quem seria o responsável pela morte da Pandora. O caso está sendo investigado por omissão de cautela na guarda do animal por parte da família da Pandora e maus tratos por parte da Guarda Municipal de Curitiba (GMC), ambas as acusações registradas na delegacia de polícia. Segue o que obtemos de informação abaixo. Os fatos e responsabilidades devem ser apurados para as devidas providências e principalmente para evitar que haja outras vítimas inocentes como o menino e a Pandora.

Ontem a GMC foi chamada devido a mordedura por uma cadela da raça pit bull que teria atacado um menino de 8 anos em via pública no bairro Alto Boqueirão. Este fato foi registrado hoje em boletim de ocorrência no 7º Distrito Policial pela família do menino, com laudo médico, representação contra a responsável pela Pandora e indicação de testemunhas.
A GMC foi ao local em seguida por chamado da vizinhança ao 153, pois a Pandora ainda estaria circulando na rua.

Segundo informação repassada pela GMC, ao chegaram ao local e tentarem pegá-la, a Pandora correu de volta para a residência pulando o muro para dentro do quintal. A GMC conversou com a mãe da responsável pela Pandora que a levou para fora para entregá-la a GMC, a colocou no cambão e foi quando ela começou a se debater e tentar escapar, o que fez com que a corda se enrolasse e travasse e não conseguissem soltá-la a tempo. Identificaram que houve um problema grave com o equipamento e estão tomando providências para que não ocorra novamente.

A família da Pandora registrou um boletim de ocorrência por maus tratos na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) na data de hoje responsabilizando a GMC pelo que relata teria sido um ato proposital.

O Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV) recebeu o corpo e disponibilizou ao médico veterinário da família da Pandora o acompanhamento da necropsia”

Soraya Simon
Sociedade Protetora dos Animais