Plantão de polícia Denuncia

Engenheira ambiental é presa por liberar condomínios de luxo em área de preservação

AEN, editada por Ana Ehlert
Coletiva Meio Ambiente

Coletiva de imprensa na Delegacia de Prorteção ao Meio Ambiente Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Uma engenheira ambiental, de 40 anos, foi presa preventivamente durante uma operação em combate a fraudes em licenciamentos ambientais no Paraná. A prisão foi feita pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). A investigação teve início após auditorias internas e denúncias feitas pelo Instituto Água e Terra (IAT) sobre informações registradas pela engenheira no sistema informatizado de licenciamento ambiental órgão com o intuito de viabilizar dispensas.

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Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva pelos crimes de falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema de informação, desmatamento da Mata Atlântica e fraude em licenciamento ambiental. As diligências contaram com o apoio da Polícia Científica do Paraná.

Engenheira apresentava laudos falsos

A diretora de Licenciamento e Outorga do IAT, Ivonete Coelho da Silva Chaves, explicou como a fraude era praticada. “Ela apresentava laudos falsos e documentos de pessoas já falecidas para tirar proveito, enganar. Indicava que fariam uma obra de paisagismo para conseguir a dispensa do licenciamento, mas, na verdade, desmatavam em áreas de proteção ambiental”, disse.

A partir da notificação sobre as fraudes, a PCPR iniciou as diligências e identificou que mais de 230 licenciamentos ambientais foram obtidos de forma irregular nos últimos cinco anos.

Condomínios foram construídos em áreas de proteção ambiental

Segundo o delegado Guilherme Dias, os licenciamentos fraudados possibilitaram a construção de condomínios em áreas de proteção ambiental, o transporte e descarte ilegal de resíduos e o desmatamento de áreas superiores a 300 mil metros quadrados. “Também foram identificados empreendimentos em reservas hídricas que colocariam em risco nascentes e o abastecimento de água da região de Curitiba”, explicou.

A estimativa é de que a investigada, que atuava em um escritório privado, tenha obtido cerca de R$ 2 milhões com as fraudes. Ela responderá civil e criminalmente pelos crimes ambientais, o que vale também para os proprietários das áreas, que ficam obrigados a regenerar todos os danos. A engenheira foi encaminhada ao sistema penitenciário.