Plantão de polícia Operação Mar Vermelho

Gaeco denuncia sete, entre eles quatro policiais militares, por homicídio qualificado em Londrina

Redação Bem Paraná com assessoria

Franklin de Freitas

Em Londrina, no Norte Central do estado, o núcleo local do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ofereceu denúncia criminal por homicídio qualificado contra sete pessoas investigadas a partir da segunda fase da Operação Mar Vermelho. Entre os denunciados, estão quatro policiais militares (um oficial e três praças integrantes da mesma equipe da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas – Rotam).

A denúncia – por homicídio com três qualificadores (mediante promessa de recompensa, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito) – refere-se a um crime ocorrido em 10 de setembro de 2021 (detalhes abaixo). O Ministério Público solicita também na denúncia a fixação de danos materiais e morais à família da vítima e a fixação de danos morais ao Estado do Paraná, em razão da utilização de viatura, equipamentos e armas da Polícia Militar para o cometimento do crime de homicídio.

As investigações contaram com a colaboração premiada de um dos envolvidos em outros fatos criminosos já denunciados, que narrou com detalhes as tratativas e combinações prévias à morte da vítima, inclusive a reunião dos integrantes da família com um dos policiais no dia do crime. O colaborador também revelou que integrantes da equipe policial determinaram que o proprietário de um estabelecimento vizinho ao local do homicídio desligasse as câmeras de segurança momentos antes do crime, o que foi confirmado ao longo das investigações.

O crime – Inicialmente registrado como confronto policial, as investigações conduzidas pelo Gaeco de Londrina apontaram que a ocorrência, na realidade, foi a execução de um homem mediante pagamento. De acordo com as apurações, três integrantes de uma família residente em Bela Vista do Paraíso – entre eles, uma ex-vereadora – teriam contraído uma dívida de aproximadamente R$ 180 mil com agiotas de Londrina. Após a dívida se acumular e em razão das cobranças, os integrantes da família contrataram os policiais militares para que executassem dois agiotas que os estavam pressionando pelo pagamento. O valor estipulado para a execução dos alvos foi de aproximadamente R$ 100 mil.

A partir disso, os familiares teriam atraído os dois agiotas até Ibiporã e combinado de encontrá-los em um estabelecimento comercial para entregar parte do pagamento da dívida (R$ 34 mil), tudo previamente combinado com os policiais militares da Rotam que estavam de serviço naquela cidade. Após a entrega do dinheiro, a poucos metros de distância, um dos agiotas foi abordado e executado pelos policiais militares. O segundo agiota saiu do local em outro carro e por isso acabou não sendo abordado pelos policiais.