Valquir Aureliano

A produtora da festa Muvuca informou na noite deste domingo (14) que as imagens registradas pelas câmeras de monitoramento do complexo Parque da Pedreira demonstram que, após o encerramento do evento e saída total do público, o jovem Phelipe Francisco Lourenço, 25 anos, retornou ao local pulando o muro lateral externo e se dirigindo a uma área de acesso restrito, que faz divisa com a Ópera de Arame. “Lá ocorreu a queda. Nas imagens não foram encontrados sinais de confronto ou agressão contra o jovem”, disse a nota, encaminhada pela assessoria de imprensa do evento à redação do Bem Paraná. As imagens serão encaminhadas à polícia civil, que já abriu inquérito para investigar as circunstâncias da morte de Philipe: “
As equipe policiais poderão, por meio das imagens, elucidar o fato ocorrido de forma adequada”.

O jovem faleceu na madrugada deste domingo, após a festa universitária na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba. Ele foi encontrado desacordado por volta da 1h30 da madrugada no lago da Ópera de Arame, no bairro Abranches, em Curitiba após participar do festival Muvuca. Lourenço chegou a ser encaminhado à Unidade de Pronto-Atendimento do Boa Vista, mas morreu no caminho. Segundo o boletim de ocorrência, registrado na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigará o caso, o médico da ambulância apontou parada cardíaca como causa da morte. A Secretaria Municipal da Saúde, por sua vez, informou o jovem foi encaminhado à UPA do Boa Vista por uma empresa privada de ambulâncias, mas já chegou morto ao local: “Tentaram reanimar, sem sucesso. O corpo foi para o IML [Instituto Médico Legal]”.  A causa da morte deverá ser determinada pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML), que deve sair nos próximos dias.

“No mesmo instante em que foi identificado o acidente, as equipes de socorristas prestaram os atendimentos emergenciais e deslocaram o jovem, ainda em vida, até o hospital mais próximo, por meio da ambulância presente no local. Toda a equipe de produção está consternada com este triste acontecimento e presta votos de solidariedade aos amigos e familiares, além de continuar a prestar todos os esclarecimentos para as autoridades”, afirmou ainda a organização do evento na nota.

Segundo o amigo de Phelipe, Dougas Letnar Filho, ouvido pela reportagem do Bem Paraná, eles estavam em quatro amigos e chegaram na festa por volta das 18 horas. “Por volta das 22h30 saímos do evento, porque os seguranças já tinham feito aquele cordão de segurança para esvaziar o local. Achamos que Phelipe já tinha saído e ficamos esperando durante um tempo. Ele estava alcoolizado, a festa era open bar, mas estava bem quando o vimos pela última vez”, afirmou ele.
Uma outra testemunha avistou a vítima na saída do local, mas quando olhou para trás ele havia sumido. “Ficamos sabendo do que tinha acontecido por volta das 2 horas da madrugada, quando ele já estava morto”, contou Letnar.

Dois protestos

Familiares e amigos de Phelipe fizeram um manifestação na frente da Ópera neste Dia dos Pais, cobrando explicações sobre o que aconteceu. Segundo eles, o rapaz tinha hematomas no corpo, especialmente no braço, o que levanta a possibilidade dele ter sido agredido antes de falecer (algo que ainda será investigado pela Polícia Civil). O protesto começou por volta de 10h30 deste domingo e algumas pessoas chegaram a queimar alguns pneus e tapetes na entrada da Pedreira, ainda durante a manhã. Seguranças do Parque da Pedreira teriam reagido e manifestantes relataram ter sido agredidos. Na sequência, a administração do Parque da Pedreiras e organizadore do Muvuca receberam os familiares e conversaram com eles. O protesto, então, seguiu em clima pacífico, mas o clima voltou a esquentar mais tarde, por volta de 13h50.

Naquele momento restavam poucos manifestantes no local, mas um amigo da vítima se revoltou ao chegar na Ópera e ver que o estabelecimento funcionava normalmente, inclusive com fila de clientes na bilheteria, mesmo poucas horas após a tragédia. Ele começou a gritar e protestar contra a administração do Parque das Pedreiras, falando que mataram o amigo dele. Em meio aos protestos, foi se exaltando mais e mais e em determinado momento começou a bater contra o vidro da bilheteria que fica no local. Outros dois manifestantes, então, começaram a chutar os vidros de uma loja que fica ali, quebrando a porta de entrada. Outros amigos da vítima ainda tentaram acalmar os ânimos dos mais exaltados, mas em vão.

Depois da situação, os manifestantes foram embora, a Ópera de Arame fechou para o público e viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Curitiba reforçaram a segurança no local.

No mesmo instante em que foi identificado o acidente, as equipes de socorristas prestaram os atendimentos emergenciais e deslocaram o jovem, ainda em vida, até o hospital mais próximo, por meio da ambulância presente no local. As equipes policiais poderão, por meio das imagens, elucidar o fato ocorrido de forma adequada”, diz a nota.  “Toda a equipe de produção está consternada com este triste acontecimento e presta votos de solidariedade aos amigos e familiares, além de continuar a prestar todos os esclarecimentos para as autoridades”.
Em entrevista ao Bem Paraná, Márcio Gomes, da assessoria de produção do evento na Pedreira Paulo Leminski, mais cedo, disse que aguardavam os técnicos para verificar todas as câmeras do local.
Embora seja tratado como acidente, a polícia já abriu inquérito para investigar a morte de Phelipe. A expectativa é que o laudo IML fique pronto nos próximos dias.