Plantão de polícia Duplo feminicídio

Justiça determina prisão preventiva de delegado suspeito de matar mulher e enteada a tiros em Curitiba

Redação Bem Paraná

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Em audiência de custódia, a  Justiça do Paraná converteu a prisão em flagrante para preventiva do delegado Erick Busetti, suspeito de matar a tiros a mulher, Maritza Guimarães de Souza, tinha 41 anos, e a enteada, Ana Carolina de Souza, 16 anos, no bairro Atuba, em Curitiba, na noite de quarta (4). Busetti foi autuado por duplo feminicídio e está detido no Complexo Médico-Penal (CMP) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, sob alegação de ‘depressão’. 

Em nota, assinada pelo advogado Cláudio Dalledone Júnior, a defesa técnica do delegado diz que recebe a decisão da justiça na decretação da prisão preventiva com naturalidade. A defesa espera agora o desenrolar das investigações, para que novas informações oficiais sejam juntadas ao inquérito policial que investiga esta grande tragédia que arrasou a vida de três famílias.

Maritza e Busetti estavam em processo de divórcio e passavam por muitas brigas e desentendimentos, segundo relatos de testemunhas e vizinhos que chegaram à delegada. Ainda conforme a delegada, o corpo de Maritza estava sobre o da filha, Ana Carolina, como se quisesse protegê-la próximo de um sofá Eles estavam juntos há cerca de dez anos, de acordo com a delegada. Eles estavam na Polícia Civil do Paraná (PCPR) desde 2004. Ela era escrivã e estava lotada do departamento de protocolo da Polícia Civil e Busetti era delegado da Divisão da Criança e do Adolescente. 

Segundo a delegada Camila Cesconello, após matar a esposa e a enteada, a filha de 9 anos, que estava dormindo em outro quarto acordou com os tiros. Busetti levou ela até a vizinha e pediu então que a Polícia fosse chamada, pois teria feito ‘uma grande besteira’. Ele não resistiu a prisão e entregou a arma aos policiais assim que eles chegaram até a casa desta vizinha. “Quando os policiais chegaram, ele estava em estado de choque e aqui na delegacia, se mostrou bastante abalado com o que aconteceu”, disse a delegada. 

A delegada disse que o inquérito será rápido e que deve ficar pronto em 10 dias, no máximo. “Como ele se calou no depoimento e disse que só falará em juízo, iremos apenas ouvir algumas testemunhas e colher mais algumas provas para concluir o inquérito”, disse. Sobre a classificação da defesa de Busetti como uma fatalidade, Cesconello foi taxativa: “Não dá para se classificar deste modo. Foi na verdade uma grande tragédia.”

O caso aconteceu por volta das 23h30. Quando o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) chegou ao local, as vítimas já estavam mortas. Os disparos teriam sido deflagrados durante uma discussão. 

Ficha

O corregedor da Polícia Civil, Marcelo Lemos, esteve presente ao depoimento e disse que tanto Busetti quanto Maritza tinham histórico disciplinar limpo. Apesar desta afirmação, Lemos disse que Busetti respondeu a processo administrativo disciplinar quando estava lotado na delegacia de Foz do Iguaçu, em 2009. “Mas ele foi encerrado em 2014, por falta de provas”,  disse Lemos. 

Um outro processo administrativo disciplinar está em andamento para apurar uma discussão com um escrivão na Delegacia de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele teria dado voz de prisão ao escrivão que chamou o Conselho Tutelar para atuar junto na prisão de um menor com posse de drogas.  Busetti passou pelas delegacias ainda de Ponta Grossa.

“É um crime que se sensibilizou a todos na Polícia Civil. A resposta à sociedade será dada de forma tranquila e com rigor”, disse Lemos.Lemos também pontuou que o crime atribuído a Busetti é grave. lém de responder por feminicídio duplo na Justiça Comum, ele irá responder e um processo administrativo, que pode resultar até mesmo na expulsão dele da Polícia Civil.