Operação conjunta contra o tráfico de drogas é deflagrada no Paraná e outros estados

Redação Bem Paraná com assessoria
Policiais civis do Paraná cumprem mandados de busca. (PCPR)

Policiais civis do Paraná cumprem mandados de busca. (PCPR)

O Ministério Público do Paraná e a Polícia Civil deflagraram nesta terça-feira, 8 de agosto, a Operação Carga Fria, com a execução de 101 ordens judiciais. Foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão em Toledo, Pato Bragado e Curitiba, no Paraná, em Balneário Camboriú, Camboriú e Içara, em Santa Catarina, e em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Foram presos preventivamente 10 investigados. Houve ainda o sequestro de 20 veículos (carros e caminhões) e 8 imóveis. Também foram bloqueadas 17 contas-correntes de investigados. Um policial civil de São Paulo foi afastado das funções.

A operação investiga uma organização criminosa que seria responsável por distribuir drogas da região Oeste do Paraná para outras regiões do país, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e estados do Nordeste. Os valores provenientes do comércio de entorpecentes eram mascarados com a aquisição de bens móveis e imóveis, especialmente em Balneário Camboriú (SC), feita em nome de “testas de ferro” para ocultação do real proprietário.

Os chefes da facção ostentavam padrão de vida elevado, morando em apartamentos e casas milionários, viajando para destinos caros e usando carros luxuosos. As ordens judiciais foram autorizadas pelo Juízo Criminal da Comarca de Toledo.

Valores – A investigação, que durou quatro meses, gerou um prejuízo aproximado de R$ 28 milhões para os criminosos, com mais de R$ 20 milhões em bens sequestrados e aproximadamente R$ 700 mil em bens apreendidos, bem como cerca de R$ 7 milhões em drogas apreendidas ao longo das apurações. Os valores bloqueados em contas-correntes e os bens aprendidos nesta terça-feira ainda serão contabilizados.

Participaram da operação o Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Promotoria de Justiça de Toledo, com apoio dos Gaecos de Santa Catarina e de Pernambuco. Pela Polícia Civil, atuou o Núcleo de Pato Branco da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), com apoio da Divisão de Combate à Corrupção e da Divisão Policial do Interior.

Nome – O nome Carga Fria remete ao início das investigações, quando, em março de 2023, houve a apreensão, pela Polícia Rodoviária Federal, de um caminhão frigorífico carregado com produto congelado que transportava quase duas toneladas de maconha em um fundo falso da carroceria

Investigações – As investigações de alta complexidade iniciaram em março de 2023, após a PCPR e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreenderem aproximadamente 2 toneladas de maconha dentro de um caminhão frigorífico. A substância ilícita estava em um fundo falso no interior do veículo.

Após a ação, a PCPR cumpriu um mandado de busca e apreensão em uma chácara, utilizada para que o grupo criminoso fizesse o carregamento da droga, no município de Toledo, no Oeste do Estado. No local, os policiais civis identificaram um segundo caminhão frigorífico contendo fundo falso, grande quantidade de munição de fuzil e um bunker sob um chiqueiro de porcos, onde o entorpecente era armazenado.

Na sequência das investigações, foram identificados diversos suspeitos de envolvimento nos crimes, os quais, de forma organizada e com divisão de tarefas, carregavam a droga na região dos Lagos do Iguaçu e distribuíam para Curitiba, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Nordeste do País.

A investigação da PCPR apontou que a distribuição do entorpecente era feita através de caminhões carregados com cargas frigorificadas, escolhida pela dificuldade de fiscalização destas, já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto.

O caminhão seguia para o carregamento nas empresas já contendo a droga em fundos falsos, fato desconhecido do embarcador. Com as notas fiscais do produto lícito, seguia até o destino.

A PCPR também apurou que os indivíduos mascaravam os valores oriundos do comércio dos entorpecentes através da aquisição de bens móveis e imóveis, com o intuito de ocultar o real proprietário.

Crimes – Os indivíduos podem responder por organização criminosa, tráfico de drogas e associação ao tráfico. Caso condenados, a pena pode chegar a 38 anos de reclusão, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro, com pena de até dez anos de reclusão por cada conduta perpetrada.