Operação Tank: PF prende 14 por lavagem de R$ 20 bi em rede de postos de Curitiba

PF e RFB, editada por Ana Ehlert
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Polícia e Receita Federal do Paraná cumprem mandatos na Operação Tank (Divulgação)

Um grupo que usava uma rede de postos de combustíveis para lavar dinheiro do tráfico de drogas é alvo de 57 ordens judiciais nesta manhã de quarta, 28 de agosto. A organização movimentou mais de R$ 20 bilhões em 46 postos de combustíveis em Curitiba e região. A Operação Tank apura lavagem de dinheiro do crime organizado, contrabando de produtos químicos e sonegação fiscal em uma rede de postos e distribuidoras de combustíveis.

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A Receita Federal e a Polícia Federal realizam em Curitiba e Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), buscas autorizadas pela Justiça. Há mandados sendo cumpridos nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão preventiva. 

No Paraná, as investigações tiveram início em 2023. Um homem já condenado por tráfico internacional e sua esposa começaram a ostentar bens de luxo em um condomínio de alto padrão de Pinhais. Como não havia a existência de receitas correspondentes ao padrão, os policiais iniciaram o acompanhamento da situação.

As investigações demonstraram que o casal teria se associado a outros membros em uma empresa de produtos químicos e em uma distribuidora de petróleo. Essa teria a sede administrativa em Pinhais e sede operacional em Paulínia, interior de São Paulo.

Grupo era formado por rede de 46 postos na região de Curitiba

O grupo, então, utilizou-se de empresas como postos de combustíveis, distribuidoras e instituições de pagamento para lavagem de dinheiro (através de “contas-bolsão”), adulteração de combustíveis e fraudes em quantidades vendidas (“bomba-baixa”). O grupo contava com 46 postos de combustíveis na região de Curitiba.

No total, o grupo criminoso ocultou e dissimulou a origem ilícita de quase R$ 600 milhões em depósitos em espécie, fracionados e não identificados, boa parte disfarçada de adiantamentos de clientes. Além destes depósitos não identificados, há ao menos 121 empresas que efetuaram depósitos nas contas da distribuidora.

Foram apurados depósitos em torno de R$ 1,4 bilhões nas contas da distribuidora sem justificativa conhecida e sem documentação que desse lastro às transações. Estima-se que a movimentação total feita por empresas utilizadas pelo grupo supera R$ 20 bilhões. 

Estima-se que o grupo criminoso seja responsável por dívidas tributárias junto à Receita Federal já inscritas em dívida ativa que totalizam mais de R$1,6 bilhões, incluindo autuações por sonegação fiscal e por fraude em importações.