
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) acredita que a “diarista-ladra” – que era contratada para fazer faxina em casas de Curitiba, mas fazia era a limpa das residências, furtando joias e outros objetos de alto valor – fez ainda mais vítimas do que se sabe oficialmente. Até o momento, pelo menos seis pessoas já registraram boletim de ocorrência contra a suspeita, que foi presa preventivamente na última segunda-feira (25 de setembro).
Segundo o delegado José Vitor Pinhão, responsável pelo 9º Distrito Policial (DP) de Curitiba, a suspeita J.R.C. já era investigada pela delegacia desde 2022 e acabou sendo presa na última semana, após novas vítimas se apresentarem e registrarem BO contra a suspeita. O modus operandi dela era sempre o mesmo.
“Ela se apresentava como diarista, ela trabalhava nessas casas e no primeiro dia mesmo ela já começava a ver onde haviam joias. Os locais onde ela trabalhava eram residências de classe média-alta e ela se apoderava de joias e objetos de valor dessas residências. Depois, para ir embora, usava um estrategema alegando que precisaria sair porque a filha teria sofrido um acidente ou o marido, algum familiar estaria passando mal e ela precisaria ir pro hospital porque essa pessoa estaria internada”, relata.
Um inquérito em desfavor da suspeita foi concluído recentemente e já encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MPPR), a quem caberá oferecer a denúncia e processar a diarista. Ela deve responder por furto qualificado, podendo pegar de dois a oito anos de prisão e ainda tendo de pagar multa.
“Nós concluímos o inquérito com respeito à conduta dela numa investigação referente a um morador aqui da área do 9º Distrito Policial e, em face dos inúmeros boletins de ocorrência que foram feitos em desfavor da suspeita, eu representei pela decretação da prisão preventiva dela, o que acabou sendo acolhido pela Justiça. Na segunda-feira foi dado cumprimento a esse mandado de prisão e agora ela vai aguardar presa o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, para que ela seja processada pelo crime que cometeu”, explica ainda o delegado.
Delegado acredita que mais vítimas ainda devem aparecer
Ainda segundo Pinhão, o Conselho Comunitário de Segurança do Bairro Seminário/Vila Izabel já informou à Polícia Civil que a suspeita teria feito mais vítimas pela cidade e que muitas dessas pessoas, até então, estavam com medo de denunciar, pelo fato da suspeita saber onde elas moravam.
“Eles que nos informaram sobre haver outras vítimas e que elas estavam temerosas de que pudesse haver uma reação da suspeita. Mas eu já falei que, na verdade, ela não é uma pessoa perigosa, em tese. Ela se usava de estratagemas para subtrair as joias e outros pertences das casas e era sempre o mesmo modus operandi”, destaca o policial. “A princípio, a tendência é que apareçam outras vítimas, porque está com uma movimentação grande nas redes sociais com relação a essa a investigada”, ressalta ainda.
Para o registro das ocorrências, o delegado orienta que as vítimas se desloquem a qualquer delegacia de polícia, onde serão orientadas sobre como proceder para registrar os fatos ou mesmo para onde se dirigir para confeccionar o boletim de ocorrência. “A orientação é no sentido de que as vítimas se desloquem às delegacias de polícia, pode ser qualquer distrito policial, independente do local onde ocorreu o fato, porque elas serão devidamente orientadas nesses locais. O registro da ocorrência é importante para que sejam feitas as investigações para apurar todos os crimes cometidos pela diarista”, afirma.
Dicas para evitar problemas na hora de contratar alguém
O delegado ainda orienta a população sobre as medidas de precaução a serem tomadas na hora de se contratar uma profissional como uma diarista. Segundo ele, é sempre bom buscar referências com outras pessoas onde essa pessoa já teria trabalhado e olhar também os antecedentes criminais do possível contratado antes de efetivar a contratação do serviço.
“Nesse caso, o grande problema é que ela não tinha antecedentes, ela não tinha passagem pela polícia. Muitas vítimas, inclusive, relataram que faziam essa pesquisa, mas não encontravam nada, ela não tinha nenhuma passagem pela polícia. Mas agora ela já está com antecedentes no nosso Distrito Policial e no decorrer de outras investigações, por parte de outras delegacias, ela vai ostentar mais antecedentes”, finaliza o delegado.