Política em Debate Segurança pública

Agentes penitenciários ameaçam greve por pagamento de promoções

Redação Bem Paraná com assessoria

Joka Madruga/SINDARSPEN - Agentes afirmam que pagamento de promoções está atrasado há três anos

Em reunião ontem com representantes do Sindicato dos Agentes Penais do Paraná (SINDARSPEN), o governo do Estado não deu prazo para o pagamento de promoções desses servidores, que segundo a entidade, estaria atrasado há três anos. No encontro com o secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Rômulo Marinho, de acordo com o sindicato, a mensagem foi de que, embora tenha recursos, o governo não pode aumentar as despesas com o funcionalismo. O SINDARSPEN afirma agora que não descarta uma greve caso as negociações não avancem.

“Não foi apresentada nenhuma proposta clara para a categoria, apenas ideias rasas, como, por exemplo, a compensação da promoção com a transposição da tabela salarial após a implantação de plano de carreira. Mas eles não garantiram que haverá equiparação do valor devido, nem disseram quanto será pago aos servidores”, afirmou o presidente do SINDARSPEN, Ricardo Miranda.

Sem a regulamentação de uma carreira próprio, os policiais penais integram o Quadro Próprio do Poder Executivo (QPPE), cuja promoção só acontece a cada dez anos. Cerca de 30% da categoria atingiu o tempo em 2018 – mais de 900 pessoas, porém, até o momento, o governo do Estado não implantou o direito, afirma o sindicato. A perda é de aproximadamente R$ 900,00 nos salários mensalmente, aponta a entidade. Atualmente, a carreira conta com 2.763 servidores na ativa e um déficit de 6.400 trabalhadores.

Protestos – A resposta do governo teria desagradado as aproximadamente 400 pessoas que aguardavam o término da reunião do lado de fora do Palácio do Iguaçu. Servidores de várias cidades do interior viajaram para Curitiba para engrossar o ato que os policiais penais realizaram. Eles se concentraram em frente à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP) e depois saíram em caminhada até a sede do governo.

Diante da falta da garantia de pagamento, os trabalhadores decidiram que a luta será intensificada a partir de agora. “Estivemos abertos ao diálogo, apresentamos propostas, colaboramos de todas as formas possíveis, mas o governo só nos desrespeita. O enfrentamento vai ter que ser maior a partir de agora”, defende o vice-presidente do SINDARSPEN, José Roberto Neves. Durante o ato, vários servidores concordaram de que o caminho há de ser mobilizações mais intensas.

Um calendário de mobilizações será divulgado pelo SINDARSPEN com atividades em todo o estado e com ações dentro e fora das unidades penais. Não está descartada possibilidade de paralisação, diz o sindicato.