
O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) negou hoje que o senador Alvaro Dias (Podemos) seja seu “padrinho político” e afirmou não haver nenhum “mal estar” caso ele decida disputar o Senado com o parlamentar nas eleições de outubro. Moro reafirmou que é candidato às eleições deste ano, mas que ainda não definiu para qual cargo.
“Vamos deixar claro, o Alvaro Dias não é meu padrinho político. Eu tenho uma carreira como juiz, que eu fiz todo o meu trabalho, que foi reconhecido nacionalmente, até internacionalmente. E depois como ministro da Justiça nós tivemos uma gestão na qual eu enfrentei o crime organizado. Nós conseguimos reduzir a criminalidade violenta. E eu tive que sair pelas circunstâncias já conhecidas”, alegou ele em entrevista à rádio Jovem Pan.
“Eu tenho um histórico que é o que eu apresento agora durante essas eleições. Não existe essa questão de padrinho político. Tenho uma boa relação com o senador. Eu respeito o senador, mas é algo bastante diferente”, alegou o ex-juiz.
Moro voltou a alegar que não há uma definição sobre qual cargo ele vai concorrer, assim como o próprio Alvaro. “E não está definido, nem se eu vou ao Senado, e tampouco o senador, o Alvaro Dias, se vai para o Senado. Claro que quem tem que falar por ele é ele. Mas o que a gente ouve é que ele não tomou essa decisão e só vai tomar essa decisão mais adiante”, disse.
“Eu não vejo nenhuma possibilidade de mal estar, primeiro porque não existe essa definição, e porque eu tenho uma carreira independente que eu construi com meus méritos individuais e institucionalmente, que não tem nenhuma relação com o Alvaro Dias”, afirmou.
Nas eleições de 2018, quando disputou a Presidência da República, Alvaro Dias chegou a afirmar que convidaria Moro para ser ministro, caso eleito. Com a eleição de Jair Bolsonaro (PL), o ex-juiz acabou se tornando ministro da Justiça, cargo que deixou um ano e quatro meses depois, acusando o presidente de tentar interferir em investigações da Polícia Federal contra ele e sua família.
Em novembro de 2021, Moro se filiou ao Podemos como pré-candidato à Presidência, com o aval de Alvaro. Mas em março, ele deixou a sigla e migrou para o União Brasil. Na nova legenda, o ex-juiz também não teve apoio para ser candidato à sucessão de Bolsonaro. Ele tentou então transferir seu título de eleitor para São Paulo, mas o pedido foi rejeitado pela Justiça Eleitoral. Com isso, Moro foi obrigado a voltar ao Paraná para disputar a eleição pelo estado de origem.
Na segunda-feira, pesquisa do Real Time Big Data apontou Moro na liderança das intenções de voto para o Senado, à frente de Alvaro. Na pesquisa, no primeiro cenário para senador, o ex-juiz tem 30% dos votos, seguido de Alvaro Dias com 23%, Dr. Rosinha (PT) com 7%, Paulo Martins (PL) com 6%, Aline Sleutjes (Pros) com 2% e Alex Canziani (PSD) e Guto Silva (Progressistas) com 1% cada. Ainda, 11% declararam votar nulo ou branco e 19% não souberam ou não quiseram responder.
Em um outro cenário proposto, sem Alvaro Dias, Sérgio Moro desponta na liderança, com 41% dos votos. Na sequência, Paulo Martins e Dr. Rosinha tem 8% cada um, Alex Canziani tem 4% e Aline Sleutjes e Guto Silva tem 3% cada. Ainda, 12% deram voto nulo ou branco e 21% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.
A pesquisa foi contratada pelo Grupo RIC, realizada pela Real Time Big Data e registrada sob o número PR-06518/2022. Os dados foram coletados na modalidade quantitativa telefônica. Ao todo, 1.500 paranaenses, eleitores com mais de 16 anos, foram entrevistados, entre 24 e 25 de junho deste ano. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.