A vereadora Flávia Francischini (PSL) afirmou na sessão de hoje da Câmara Municipal de Curitiba, que “bandido bom é bandido morto”, ao comentar a chacina ocorrida no bairro do Portão, na última segunda-feira, que resultou na morte de quatro pessoas, entre elas duas crianças de 8 e 6 anos. Ao fazer o comentário ela foi apoiada pelo vereador bolsonarista Éder Borges (PSL).

“Foi um crime brutal. A gente precisa de uma ação exemplar da polícia, para mostrar que não se pode ter disputa por locais de venda de drogas. Isso não pode continuar existindo. Foram mais de 20 tiros, que a população confundiu com fogos de artifício”, disse a parlamentar. Filmagem mostra quando o Fiat Palio, com sete pessoas, foi abordado por outro veículo, começando os disparos.

A vereadora lamentou que o episódio tenha tirado a vida de dois meninos. “São crianças que não chegaram a crescer e que hoje poderiam estar indo para a escola. Isto é muito triste”, lamentou. Pedindo desculpas por uma fala mais dura, ela pediu aos órgãos de segurança por uma resposta à sociedade, e fez alusão, dialogando com Borges, à frase “bandido bom é bandido é morto”. Renato Freitas (PT) e Osias Moraes (Republicanos), ao comentarem a chacina, também pediram o esclarecimento do ocorrido, mas discordaram da opinião da parlamentar sobre a forma adequada de punição aos envolvidos.

“Não concordo com a máxima de que ‘bandido bom é bandido morto’, porque creio no arrependimento e na conversão do cidadão, que ele precisa ter a chance de mudar de vida”, respondeu Moraes, relatando parte do seu trabalho missionário em delegacias e penitenciárias. “Claro que vão pagar por seus crimes, não há que isentá-los (da responsabilidade). Podem ser perdoados nos corações pela própria palavra da fé, mas terão que cumprir com a lei perante a nossa sociedade”, concluiu o parlamentar, que é também pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. “A chacina no bairro Portão é um acontecimento lamentável”, afirmou.

“Lamento e tenho um pesar profundo pela violência que assola as comunidades periféricas em Curitiba”, disse Renato Freitas, “mas não posso incorrer na contradição (da frase) ‘bandido bom é bandido morto’. Bandido é qualquer um que comete um crime. Quem corta uma árvore protegida, deve morrer? Aquele que tomado pela fome furta um miojo para a família merece morrer? Acredito que não, que a valorização da vida só se dará pela valorização da vida, pelo amor e a prática da Justiça deve obedecer a legislação”, comentou o parlamentar, lembrando que a Constituição não admite pena de morte.