A coluna Toda Política deste sábado no JE.

O candidato do PMDB à prefeitura de Curitiba, Carlos Moreira, incorporou ontem o espírito do governador Requião ao reagir com destempero ao resultado da pesquisa Vox Populi encomendada por este JE. “Tenho certeza absoluta que esses números são inverídicos, irreais e mentirosos e que nossa campanha tem percentuais mais altos”.
Em entrevista recente, Moreira admitiu que era um candidato desconhecido e que estava saindo do zero. Dito e feito. Saiu. Na sondagem do Vox Populi publicada em 13 de agosto ele tinha 0%. Agora tem 1%.
Os números divulgados ontem não diferem em nada de pesquisas divulgadas pelo Ibope e Datafolha, onde o peemedebista não conseguiu ultrapassar ainda a linha dos 2%.
Se considerada a margem de erro de 3,5% para mais ou para menos, Moreira pode oscilar para 4,5% das intenções de votos ou assumir a condição “limbar”, como ele mesmo definiu. Só não registra 0% cravado porque, com certeza, deve votar em si mesmo.
O fato é que o peemedebista esperava que a propaganda gratuita no rádio e na TV servisse de panacéia para os males eleitorais. Não serviu.
A exposição, ao contrário, revelou cruelmente o fiasco da candidatura, já prevista nas hostes peemedebistas, e só fez ampliar o seu índice de rejeição a patamares estratosféricos.
A insinuação de que a pesquisa Vox Populi teria sido manipulada, ainda que o resultado tenha mostrado, por exemplo, uma queda de dois pontos de Beto Richa e uma ascensão de seis pontos de Gleisi Hoffmann (PT), é mais uma característica que Moreira parece ter aprendido com Requião. Atacar tudo aquilo que lhe é desfavorável. A imprensa, a pesquisa, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça.
Ontem, as ruas de Curitiba foram tomadas com um novo folheto de campanha do PMDB em que os nomes de Requião e Moreira se confundem. É mais uma tentativa do candidato de “colar” seu nome ao do governador. Há pesquisas internas do governo – estas “decididamente confiáveis” – que mostram que o poder de transferência de votos de Requião está na casa dos 11%.
Moreira acredita fielmente nesses números ainda que os resultados das sondagens sejam teimosamente diferentes. A fé é mesmo inabalável.

Ele virá
Ninguém sabe quando, mas Lula vem mesmo a Curitiba para participar de comícios-relâmpago ao lado de Gleisi Hoffmann. O mês é setembro. A data é uma incógnita.

Otimistas
Os marqueteiros acreditam que Gleisi pode bater nos 25% e Beto Richa chegar a 65%. Lula seria o reforço para levar a campanha para o segundo turno.

Pelo boné do guarda
Especialistas em Segurança Pública estimam que as ruas de Curitiba deveriam ser policiadas por 4.300 PMs. Há 1.568.

Big Brother
O comércio do Soho de Curitiba, no Batel, está pedindo socorro. As portas das lojas são fechadas eletronicamente e o acesso dos clientes é controlado por câmeras. O horror.

Olha o rapa
O Ministério Público do Trabalho encaminhou ofício à TV Educativa requisitando a relação de todos os trabalhadores que prestam serviços na emissora bem como as funções de cada um e a forma de contratação. O prazo para a resposta é de 15 dias.

Preparar, fogo!
Os adversários de Beto Richa prometem bater a roupa suja nos programas eleitorais da semana que vem. É a promessa de que a campanha, enfim, vai esquentar os tamborins. É o samba da polaca doida.

ARREMATE
Ontem, uma solitária formiguinha da campanha eleitoral de Gleisi Hoffman (PT) foi vista agitando a bandeira no Centro Cívico. Triste, tristíssimo.

OBLADI-OBLADÁ
Candidato à prefeitura de Londrina, o deputado federal André Vargas usa em sua campanha, sem autorização, a imagem de um ilustre morador da cidade: o piloto paraibano de stock-car, Valdeno Brito, que recentemente ganhou US$ 1 milhão em uma prova. Ele se queixou ao TRE. *** Está confirmado: o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) desembarca em Curitiba, na próxima terça-feira (9) para participar de jantar por adesão da campanha de Beto Richa. Preço do convite: R$ 1 mil. *** Só para a turma de bico doce.

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