Câmara de Curitiba aprova alteração de Código Florestal. Veja o que muda

CMC editado por Josianne Ritz
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Serginho do Posto reforçou que, ao longo dos anos, a Câmara de Curitiba tem criado “dispositivos e condições para que a preservação [ambiental] tenha um sentido”. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Nesta terça (12), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, em primeiro turno, o projeto de lei que altera o Código Florestal da cidade, para adequá-lo à legislação federal sobre o Bioma Mata Atlântica. A proposta do Executivo recebeu 33 votos “sim” e redefine as categorias de vegetação nativa e altera regras para supressão de áreas verdes em imóveis particulares e obras licenciadas no município. Uma nova votação está prevista para amanhã (13), antes que a matéria fique pronta para a sanção.

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Na justificativa do texto o prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel explica que “a finalidade é garantir a conformidade no tocante à supressão de vegetação primária ou secundária em estágio avançado ou médio de regeneração”. O texto modifica artigos da lei municipal 9.806/2000, classificando os maciços vegetais conforme seu estágio de regeneração: bosques em estágio inicial passam a ser denominados Bosques Nativos, enquanto os de vegetação primária, regeneração média ou avançada são considerados Bosques Nativos Relevantes (005.00216.2025).

Código Florestal: autorização



Para efetuar o corte nessas áreas, será necessário obter simultaneamente a autorização ambiental junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) e o registro no Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor). O projeto também condiciona a emissão do Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras (CVC) ao cumprimento das exigências ambientais previstas no licenciamento. Em obras que envolvam corte de árvores isoladas, a supressão só será liberada se houver previsão explícita de dispensa no processo de licenciamento.

Veja aqui o que muda no Código Florestal a partir de agora:

DispositivoTexto VigenteAlteração Proposta
Art. 4ºDefine “Bosques Nativos” e “Bosques Nativos Relevantes” de forma genérica, sem referência ao Bioma Mata Atlântica.Define que os maciços vegetais são do Bioma Mata Atlântica e especifica: I – vegetação secundária em estágio inicial (Bosques Nativos); II – vegetação primária ou secundária em estágio médio ou avançado (Bosques Nativos Relevantes).
§ 3º do art. 12Estabelece a necessidade de alvará e autorização para corte, mas sem integrar o SINAFLOR.Torna obrigatório que a supressão esteja prevista no licenciamento ambiental e que a autorização ocorra simultaneamente na SMMA e no SINAFLOR.
Novo § 5º no art. 12Condiciona o Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras (CVC) à comprovação de cumprimento das condicionantes ambientais.
§ 3º do art. 17Permite o corte após alvará, mediante retorno à SMMA.Permite o corte se houver dispensa expressa de autorização no licenciamento ambiental.
Novo § 7º no art. 17Exige comprovação do cumprimento das condicionantes ambientais para emissão do CVC