Política em Debate Semana da Doença Celíaca

Celíacos de Curitiba ficam mais perto da dieta hospitalar especial

Aprovado pela Câmara de Curitiba em 1º turno, projeto de lei assegura aos celíacos o direito à dieta hospitalar especial.

Política em Debate com Câmara Municipal de Curitiba (CMC)
cmc

Foto: CMC

Na manhã desta quarta-feira (15), em primeiro turno unânime, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou projeto de lei que garante aos celíacos o fornecimento de dieta hospitalar especial. A proposta também autoriza a entrada de alimentos para serem consumidos pelos pacientes celíacos hospitalizados.

Conforme o projeto de lei, assinado pelos vereadores Bruno Pessuti (Pode), Herivelto Oliveira (Cidadania) e Pier Petruzziello (PP), a entrega de produtos à pessoa com doença celíaca deverá feita em utensílios descartáveis. As normas se aplicariam aos estabelecimentos da rede hospitalar pública e privada de Curitiba, mas apenas aos pacientes celíacos internados

A proposta aprovada nesta manhã, com 24 votos “sim”, foi um substitutivo geral protocolado nesta manhã (031.00030.2024). Também foi acatada, de forma unânime, uma subemenda que faz a correção de um termo usado no texto (036.00008.2024). Se confirmada pelos vereadores, na sessão plenária da próxima segunda-feira (20), e sancionada pelo prefeito, a lei começa a valer 90 dias após a publicação no Diário Oficial do Município (DOM).

Caso o hospital não possua área segregada para o preparo das refeições, evitando a contaminação cruzada, o projeto de lei determina a contratação de uma empresa terceirizada. Os alimentos precisariam ser servidos “em temperatura adequada conforme legislação sanitária vigente”, preparados há no máximo seis horas.

A proposição também determina que o aquecimento da comida, se necessário, deverá ser feito “em equipamento propício e exclusivo para dietas de pessoas com doença celíaca”. Já no caso de alimentos industrializados, a determinação é que os produtos fornecidos pelos hospitais sejam similares aos ofertados aos demais pacientes, tragam o rótulo “sem glúten”, estejam dentro do prazo de validade hospitais e com a embalagem intacta.

Direito à dieta hospitalar especial é aprovado na Semana da Doença Celíaca

Nós estamos na Semana de Conscientização à Doença Celíaca. Dia 16 de maio, amanhã [quinta-feira], é o Dia de Conscientização à Doença Celíaca”, lembrou Pessuti. Um dos substitutivos apresentados anteriormente, para a adoção do Passaporte Celíaco em Curitiba, era mais abrangente, autorizando a entrada da pessoa com doença celíaca em restaurantes e outros estabelecimentos com sua própria refeição (031.00079.2022). No entanto, explicou o coautor, é a nova redação que possui consenso.

Para Pessuti, “as pessoas, os estabelecimentos comerciais, deveriam ter a consciência que a pessoa com a doença celíaca deveria ter o direito que levar sua alimentação, […] porém, nos hospitais, nós podemos garantir este direito”. “Que o celíaco, quando internado, possa ter sua alimentação garantida, que a alimentação segura permita a melhora da sua condição de saúde”, continuou. No ambiente hospitalar, opinou, a situação é “mais crítica” e a segurança alimentar dos pacientes precisa ser garantida”. “Com certeza, esta legislação é um divisor de águas na qualidade de vida dos celíacos em Curitiba”, comemorou, ainda, Bruno Pessuti. 

Na avaliação de Herivelto Oliveira, é importante “trabalhar a conscientização de bares e restaurantes à importância da inclusão do celíaco, para que eles também possam socializar” com seus amigos e familiares. Lembrando que a esposa é celíaca, o parlamentar chamou a atenção para o preço mais alto dos produtos sem glúten.

“As restrições para a pessoa se alimentar, para quem tem a doença celíaca, são muito grandes”, pontuou. Ele reforçou a intenção de se ampliar a abrangência da lei. “É um problema de saúde pública que a gente espera começar a resolver com este passaporte e ampliar em breve”, finalizou.

“Ser celíaco não é fácil, é uma doença autoimune”, comentou Maria Leticia (PV). Sidnei Taldo (Patriota) observou que, graças à lei, o paciente celíaco hospitalizado não correrá o risco de ter ainda mais prejuízos à saúde. A conscientização à doença celíaca também foi o tema do debate da Tribuna Livre da sessão plenária desta quarta.