Fabiano Nichetti/Alep – Alteração de temperatura no local de armazenamento da 16ª Regional de Saúde (RS) pode ter comprometido 600 doses

A Comissão Especial da Assembleia Legislativa que investiga irregularidades na ordem de vacinação contra a Covid-19 no Paraná voltou a se reunir hoje para analisar requerimentos e documentos que vão apurar possíveis irregularidades no armazenamento e na distribuição de doses de vacina nos municípios de Apucarana e Curitiba.

Em Apucarana, uma alteração de temperatura no local de armazenamento da 16ª Regional de Saúde (RS) pode ter comprometido 600 doses do imunizante da Pfizer. Em nota, a Regional já reconheceu a instabilidade. Os membros da Comissão aprovaram um requerimento do deputado Arilson Chiorato (PT) pedindo investigação sobre o ocorrido.

“Esse caso, além de lamentável, precisa ser investigado para apurar as falhas e, principalmente, evitar que volte a ocorrer. Não podemos dispersar nenhuma dose. Outras serão enviadas, nesse caso, para fazer a reposição deste lote, o que é correto. O fato é que 600 pessoas tiveram a imunização adiada”, afirmou o deputado. “Pedimos que seja feita a apuração das denúncias, punição a eventuais responsáveis e adoção de medidas preventivas para que esse tipo de instabilidade não volte a ocorrer e colocar em xeque novos lotes de imunizantes”, complementa Chiorato.

Na capital, os parlamentares receberam informações sobre falhas no processo de vacinação de funcionários da empresa Unimed Curitiba, sendo inclusive objeto de ofício enviado pelo Ministério Público à Secretaria Municipal de Saúde para esclarecimentos. A Comissão já havia encaminhado à prefeitura um documento solicitando informações. As respostas, que foram enviadas à Comissão nesta segunda-feira, serão analisadas pelos deputados.

Os membros da Comissão questionam quais colaboradores da empresa Unimed Curitiba foram vacinados, quais as datas de vacinação, se estes efetivamente integram as categorias priorizadas no Plano Nacional de Imunização e a relação de todos os casos de imunização de colaboradores de planos de saúde que tenham ocorrido e quais os lotes de vacinas foram utilizados para isso. “Estamos fazendo a nossa parte e avançando no assunto. Temos de fiscalizar aqueles que estão furando a fila de vacinação. Isso é importante neste momento em que todos estão ansiosos esperando sua vez de tomar a vacina”, avaliou o presidente do grupo de trabalho, deputado Delegado Francischi (PSL).

O grupo apura cerca de 1500 denúncias de irregularidades em 39 municípios do Estado.